A pouco menos de uma hora do início do processo de nomeações para o próximo líder do Fundo Monetário Internacional (FMI), não é ainda certo que Mário Centeno esteja dentro ou fora da corrida para suceder a Christine Lagarde.
A notícia de que o ministro das Finanças de Portugal e atual presidente do Eurogrupo estava fora da corrida foram avançadas pela agência Bloomberg e pelo Financial Times, que citaram fontes próximas do processo. De acordo com o que aqueles dois jornais avançavam ao início da tarde desta segunda-feira, França estava a liderar o processo e, pelo caminho, deixou cair dois nomes: o português Mário Centeno e a ministra das Finanças espanhola, Nadia Calvino.
Porém, de acordo também com a agência Bloomberg, Mário Centeno poderá não estar, afinal de contas, fora da corrida. Essa informação foi avançada por um porta-voz do Governo francês.
Esta semana, a Reuters e a Bloomberg avançavam que o ministro português concorria com outros quatro nomes na shortlist para a liderança do FMI: a búlgara Kristalina Georgieva, diretora executiva do Banco Mundial; Jeroen Dijsselbloem, ministro das Finanças da Holanda; Olli Rehn, governador do Banco Central da Finlândia e antigo comissário europeu; e Nadia Calvino, ministra da economia de Espanha, que, segundo a Bloomberg e o Financial Times, terá também saído agora da lista final. Restam, por isso, os outros três candidatos, de acordo com a agência.
O processo de nomeação de candidatos abre oficialmente esta segunda-feira às 12h01 de Washington D.C. (17h01 de Lisboa) e encerra no dia 6 de setembro às 23h59 de Washington D.C. (4h59 de 7 de setembro, hora de Lisboa).
Tradicionalmente, a liderança do FMI recai sempre sobre um responsável europeu, enquanto o Banco Mundial fica a cargo de um norte-americano. Dos três candidatos que sobram, Jeroen Dijsselbloem terá o apoio dos países do norte da Europa e da Alemanha, bem como Olli Rehn. A ausência de candidatos do sul da Europa sugere, segundo o Financial Times, que nenhum destes dois candidatos será bloqueado pela oposição de países como Espanha, Itália ou Portugal. Já Kristalina Georgieva terá o apoio da França, mas a sua candidatura iria obrigar a uma mudança nos estatutos do FMI, uma vez que atualmente nenhum diretor com mais de 65 anos pode candidatar-se ao cargo.
Desde 1946, quando entrou em funcionamento, o FMI teve 11 responsáveis na presidência, provenientes de apenas seis países — Bélgica, Suécia, França, Holanda, Alemanha e Espanha. Nos últimos 50 anos, cinco dos oito presidentes do FMI foram franceses, entre as quais Christine Lagarde, que abandona o cargo a 12 de setembro.
(Em atualização)