“Primeiro ele retira, depois ele oferece, daí eu respondo”. Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro, ofendido com as recentes declarações do homólogo francês — “Me chamou de mentiroso!” –, resumiu esta manhã, em Brasília, as novas regras do jogo.

Se Emmanuel Macron se retratar e lhe pedir desculpas, primeiro por tê-lo ofendido pessoalmente, depois por ter colocado em causa a soberania brasileira na Amazónia, então Bolsonaro poderá ponderar conversar com ele — e depois disso decidir aceitar ou não o apoio de 20 milhões de dólares (17,9 milhões de euros) que os sete países mais industrializados do mundo ofereceram para combater os incêndios naquela floresta.

Escassas horas depois de o governo brasileiro, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Ernesto Araújo, ter recusado o apoio do G7, o presidente brasileiro foi interpelado pelos jornalistas à saída do Palácio da Alvorada e deu o dito por não dito: “Eu falei isso? Eu falei? Jair Bolsonaro falou?”.

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Depois, estabeleceu condições: “Primeiramente, o senhor Macron deve retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro, me chamou de mentiroso. E depois, informações que eu tive, de que a nossa soberania está em aberto na Amazónia. Para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, ele vai ter que retirar essas palavras e daí a gente pode conversar”.

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Questionado ainda sobre a forma como, no Facebook, comentou a publicação de um seguidor que postou fotografias de Michelle Bolsonaro e de Brigitte Macron com a legenda “Entende agora pq Macron persegue Bolsonaro?”, Jair Bolsonaro, que respondeu com um “Rodrigo Andreaça não humilha cara kkkkk”, garantiu aos jornalistas que com o comentário o que queria era chamar a atenção do internauta para que não dissesse “besteiras”.

Depois, visivelmente irritado, acabou a conversa abruptamente e foi-se embora: “Tchau para vocês”.