O ex-militante e antigo vice-presidente do PSD, António Capucho, vai regressar oficialmente ao partido. A informação foi confirmada pelo próprio PSD, em comunicado enviado às redações, onde se avança que a sua “nova ficha de militante” já deu “entrada na sede do PSD”.

Capucho tinha sido expulso do partido em 2014, na sequência do seu apoio à lista adversária dos sociais-democratas à Câmara de Sintra em 2013, liderada por Marco Almeida, outro militante do partido que se afastou da direção nos tempos em que era liderada por Pedro Passos Coelho — e que, entretanto, foi também reintegrado.

Em declarações à Rádio Observador, António Capucho explica que regressa ao PSD como forma de apoiar o líder social-democrata. “Achei que era minha obrigação como amigo e apoiante de Rui Rio, com quem fiz equipa no grupo parlamentar há uns anos na liderança de Durão Barroso, dar o meu apoio público numa luta muito difícil que ele está a liderar”, explica o histórico do PSD, que destaca que “é altura de todos os simpatizantes e militantes do PSD cerrarem fileiras para conseguirmos os nossos objetivos, que são ter um bom resultado” nas eleições legislativas de Outubro.

António Capucho: “Rui Rio pode contar comigo”

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“Vim em consciência dar este sinal público de que Rui Rio pode contar comigo para o que entender durante esta campanha eleitoral”, esclarece António Capucho, que sublinha que não tem interesse em qualquer cargo partidário.

O PSD justifica o regresso de Capucho dizendo que “faz parte da história do PPD/PSD” e que pode “contribuir com a sua experiência política e pessoal na construção de um projeto para o futuro do país”. O partido reforça ainda “o espírito crítico” dos últimos anos, mesmo estando “afastado da ação política”.

O antigo presidente da Câmara de Cascais foi um crítico feroz da liderança de Passos Coelho, que acusou de ser “mais troikista que a troika“, e chegou a aproximar-se do PS nos anos da crise. Em meados de 2015, Capucho chegou mesmo a participar num encontro socialista no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, onde António Costa apresentou o programa eleitoral do PS –– programa esse que o social-democrata considerou basear-se em “propostas credíveis”.

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A reaproximação ao PSD deu-se, contudo, com a eleição de Rui Rio para presidente do partido. No início de 2018, Capucho deixou clara a sua vontade de regressar, numa entrevista ao jornal i: “Tenciono voltar, mas só após o congresso. Não me quero precipitar e vou aguardar pelo desfecho do congresso. Tudo indica que poderei, finalmente, regressar ao PSD. Tenho 40 anos da minha vida dedicados ao partido”, revelou à altura. Agora, mais de ano e meio depois de demonstrar esse desejo, António Capucho voltará oficialmente a ser militante dos sociais-democratas.

Questionado pelo Observador sobre as sondagens e se teme que Rui Rio abandone a liderança do PSD caso perca as eleições, o antigo vice-presidente social-democrata prefere não especular, mas afirma que “tudo dependerá de Rui Rio e dos resultados eleitorais”.

“O que é importante neste momento é o PSD atingir o melhor resultado possível, e Rui Rio conseguir aquilo que tem sido extremamente difícil, que é congregar todos os militantes e simpatizantes do partido, incluindo aqueles que se opuseram e opõem” ao líder social-democrata. “É altura de nos unirmos todos em favor do ideal social-democrata e do PSD”, apela António Capucho.

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