“João Félix não precisava fazer nada de especial para convencer as pessoas. Não houve um momento de génio da lâmpada que convenceu os seus treinadores no Benfica de que estava destinado à grandeza, não houve nenhuma performance heroica que o marcou pelo estrelato. Mesmo na adolescência – com o aparelho preso aos dentes, o cabelo a varrer os olhos e os ombros leves – Félix era um jogador de amor à primeira vista”. O jovem avançado contratado pelo Atl. Madrid ao Benfica continua a ser destaque na imprensa internacional e desta feita foi o The New York Times a traçar um perfil do momento que o internacional português está a atravessar na tentativa de responder a uma pergunta mais lata: “Quão rápido é muito rápido?”.

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A publicação americana, que falou com vários elementos com ligação ao Benfica para tentar traçar um perfil de Félix enquanto jogador e pessoa, recorda o dérbi da última temporada com o Sporting em Alvalade e uma brincadeira de um antigo dirigente dos encarnados, apercebendo-se da presença de Cristiano Ronaldo num camarote. “O melhor jogador português esteve no estádio e foi bom o Ronaldo ter aparecido para ver”, referiu. Comentários comparativos à parte, torna-se claro para o jornal que a ascensão do wonder boy dos 120 milhões de euros é demasiado rápida para passar ao lado de quem quer que seja.

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Apontado como “uma das mais deslumbrantes perspetivas jovens” no futebol, Félix é descrito como o pilar do rejuvenescimento do projeto desportivo de Diego Simeone no Atl. Madrid para terminar com o período de cinco anos sem ganhar a Liga e poder aspirar a vencer a Champions, depois das duas finais perdidas com o Real Madrid – com a curiosidade de haver um duelo com a Juventus de Cristiano Ronaldo logo na primeira jornada da fase de grupos, no duelo entre “passado e presente e futuro”. “Nove meses depois [da estreia no Benfica], é uma super estrela”, resume o The New York Times.

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Entre as pessoas ouvidas na reportagem publicada esta quinta-feira, Nuno Gomes, antigo avançado do Benfica, coloca o enfoque “na capacidade de Félix pensar mais rápido do que os outros”, dizendo que não é o típico jogador de drible mas que tem visão, perceção e capacidade no primeiro toque. Já João Tralhão, ex- treinador do jogador dos colchoneros no Seixal, recorda aquilo que era a capacidade de entrega do número 7 aos treinos, “que é o mais importante com aquela idade”. Por fim, José Boto, que era o chefe do departamento de recrutamento quando deixou o Porto para rumar às águias, destaca a confiança existente na capacidade de Félix: “Ninguém tinha dúvidas sobre ele, era diferente de todos os outros”.

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