O PAN teve uma subida fulgurante nos resultados das eleições europeias e as manifestações e marchas anti-touradas têm sido frequentes, mas os espetáculos tauromáquicos não têm caído por isso: de acordo com o Público, que cita dados da Inspeção-Geral das Actividades Culturais (IGAC), neste verão houve até mais touradas do que em igual período do ano passado.

Se em julho de 2018 se realizaram 18 touradas em Portugal, em julho deste ano foram organizadas 21. Em agosto a tendência foi a mesma, se bem que dilatada pelo calendário das festas de aldeia: 49 em 2018, 52 em 2019. Ao todo, até ao final da primeira quinzena de setembro deste ano, realizaram-se em Portugal Continental 151 espetáculos taurinos — os números de 2018 dizem respeito ao período compreendido entre o início do ano e o fim do mês de outubro, que coincide com o término da época alta deste tipo de espetáculo, explica o Público: 173.

Sem surpresas, ouvido pelo jornal, o secretário-geral da PróToiro, Hélder Milheiro, revelou-se satisfeito: “É um indicador extraordinário que revela mais uma vez a força da tauromaquia em Portugal.” Já Sérgio Caetano, presidente da Plataforma Nacional para a Abolição das Touradas (Basta), acusou as autoridades de serem responsáveis por este aumento: “Continua tudo exatamente na mesma. A IGAC continua a permitir que se realizem touradas que não cumprem os requisitos legais. Se a lei fosse cumprida, cerca de 90% dos espetáculos tauromáquicos não se realizavam.”

Hélder Milheiro discorda. Para o dirigente da PróToiro o crescimento, ainda que ligeiro, das touradas é resultado da guerra aberta que alguns partidos políticos e movimentos de cidadãos lhes declararam: “Muitas pessoas nos dizem que não são muito aficionadas, mas que quando vêem alguém a proibir os direitos dos outros fazem questão de ir a espetáculos para provarem que são livres de querer viver a cultura portuguesa.”

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