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Rio dramatiza apelo ao voto "ao centro", porque é "ao centro que está a moderação"

Este artigo tem mais de 5 anos

É no centro que está "a virtude, a mudança, a moderação". Não é à esquerda, nem à direita. No primeiro grande jantar-comício, Rio comparou-se ao Tejo, que chega a Lisboa com o maior estuário do país.

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ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Rio nada tem a ver com Tejo, mas, neste caso, Rio até nem se importa de ser comparado ao Tejo. Há dias, António Costa afirmou num comício de campanha que quem quiser votar no PSD tem de ir “rio abaixo”. Era um ataque? Se era, o líder do PSD interpretou-o como um elogio: “O rio Tejo nasce em Espanha, vem por aí abaixo, e quando chega ao estuário do Tejo, em Lisboa, está largo e é o maior estuário deste país. É rio abaixo que devemos ir no domingo, sim!”, disse no alto do palco montado no Pavilhão Multiusos de Viseu, com capacidade para 2.200 pessoas, naquele que foi o primeiro e único comício à moda antiga da campanha. A casa estava cheia e rompeu em aplausos.

Os aplausos ainda ecoavam, e Rio tinha de puxar pela voz para se fazer ouvir. Depois de, nos primeiros minutos do discurso ter repetido praticamente as mesmas palavras que usou na véspera, para disparar balas contra todos, era hora de terminar em apoteose com uma dramatização do apelo ao voto do centro. “Vamos votar para que Portugal não esteja completamente à esquerda, vamos votar para que Portugal não esteja completamente à direita, vamos votar para que Portugal esteja ao centro, porque é ao centro que está a virtude, a mudança e a moderação”, disse, terminando assim a desgarrada.

Assim vai a campanha social-democrata: com confiança e otimismo. Rio tinha estado a descansar, num hotel em Viseu, antes de chegar ao comício acompanhado do seu núcleo duro, José Silvano, Salvador Malheiro (que vai aparecendo, a espaços, na caravana), assim como do presidente da câmara de Viseu, Almeida Henriques, e do cabeça de lista, Fernando Ruas. Uns tópicos rabiscados num papel chegaram para passar a mensagem que queria: se ontem tinha anunciado que no domingo iria ser o Famalicão da primeira liga de futebol, hoje era altura de pegar numa deixa do adversário para se comparar ao Tejo e, com isso, pedir grandeza.

ANDRÉ DIAS NOBRE / OBSERVADOR

Afinal, a disputa não está entre um PS com maioria absoluta e um PS com “geringonça”. Afinal, vai repetindo Rui Rio, no domingo disputa-se quem vai ser “o novo chefe dos lusitanos”. Em terra de Viriato, ou o chefe dos lusitanos é António Costa ou vai ser Rui Rio. A bipolarização é vantajosa para o PSD, por isso Rio extrema as posições. E até já tem uma lista de ministeriáveis para tentar mostrar a quem achava que as eleições estavam ganhas à partida (pelo PS), que o PSD está mesmo em jogo e que não está a brincar.

Pelo meio, em Viseu, Rui Rio foi repetindo os ataques da véspera: aos “donos disto tudo”, os socialistas que chegam ao Governo e colonizam a máquina do Estado, com militantes e com “familiares”; às cativações na Saúde, que fazem com que o PS leve “uma medalha de mau comportamento”, e a Mário Centeno, especialmente a Mário Centeno: “Estava completamente disponível para debater com um candidato a deputado do PSD” sobre as contas do cenário macroeconómico do PSD, e que agora que o PSD lhe apresentou um candidato para o duelo (Álvaro Almeida, co-autor do cenário macro), nada diz. “Estamos à espera da resposta há dois dias, estamos a ver se Mário Centeno tem a coragem, e se não tem, então mentiu”, disse Rio, sublinhando que se o debate não acontecer é porque Centeno “não tem capacidade para sustentar os argumentos”.

Se a campanha do PS sacou do trunfo ‘Mário Centeno’ esperando tirar partido dos altos índices de credibilidade e popularidade que o ministro das Finanças goza junto dos portugueses, Rui Rio também parece ver aqui um trunfo. Não há discurso em que não aponte o dedo diretamente ao ministro das Finanças, não deixando morrer a história do “duelo de Centenos” que o próprio Rio levou para um dos debates televisivos da pré-campanha.

É o duelo de Centenos e a luta entre o novo chefe dos lusitanos. É uma questão de escolha. Olhando para a sala cheia que encontrou em Viseu, o velho cavaquistão que dava maiorias absolutas a Cavaco Silva, Rio vaticinou que essa escolha vai deixar a descoberto um renascimento desses tempos. “E essa escolha, pelo que vejo aqui, vai ter a marca do cavaquistão que vai renascer e vai mostrar a Portugal o quanto pode influenciar o resultado eleitoral”, disse.

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