“Um conjunto de sócios entregou um requerimento a ser submetido à assembleia de quinta-feira, que foi recusado pela Mesa da Assembleia Geral, mesmo cumprindo todos os preceitos legais. Foi o senhor presidente da MAG quem levou a que os ânimos se exaltassem. As violações dos estatutos e regulamentos são ações demasiado graves e que num passado recente levaram à expulsão de sócios. Assim, informamos os sócios do Sporting que iniciámos o processo legal com vista à destituição do presidente da MAG e, como não houve por parte do restante órgão nenhuma condenatória das ações do presidente, essa destituição é extensível a toda a MAG”. Foi assim que o Movimento Salvar o Sporting apresentou esta quinta-feira a intenção de fazer cair tanto a Mesa da Assembleia Geral dos leões como o Conselho Fiscal e Disciplinar: e os integrantes deste grupo, nesta altura, estarão a pensar que não poderiam ter escolhido melhor dia para expor as reivindicações.
O Movimento Salvar o Sporting, na pessoa da porta-voz Soraya de Amorim, apresentou esta quinta-feira a intenção de destituir os dois órgãos do clube por aquilo que consideram “violações dos estatutos e regulamentos” — também esta quinta-feira, o Sporting perdeu com o Alverca do Campeonato de Portugal, foi eliminado da Taça de Portugal e agravou uma crise institucional que se alarga cada vez mais ao plano desportivo e que se torna uma instabilidade crónica que o clube de Alvalade não consegue afastar. Se o Movimento Salvar o Sporting vai formalizar até novembro o pedido de destituição, Frederico Varandas surgiu perante os jornalistas mais de uma hora após o apito final no Complexo Desportivo de Alverca e dirigiu parcas palavras à equipa e aos adeptos.
“Não há muito a dizer. Não há desculpas para o que se passou hoje. Estamos envergonhados e este grupo tem de reagir. Tem a obrigação de reagir”, atirou o presidente leonino, que deixou o estádio sob assobios dos adeptos e que já esta quarta-feira havia sido visado pelos apoiantes que assistiram ao jogo de andebol entre o Sporting e o Belenenses, no Pavilhão João Rocha, precisamente por não estar presente na partida.
O movimento, protagonizado por um conjunto de sócios, acusa o presidente da MAG, Rogério Alves, de não cumprir as normas apenas por as considerar absurdas, as quais foram aprovadas por mais de 75% dos sócios em Assembleia-Geral, e de subverter as assembleias deliberativas, colocando a discussão dos pontos como um mero ato decorativo, numa “autêntica falta de respeito” por quem pretende confrontar os responsáveis diretivos com questões. Por outro lado, este conjunto de sócios considera que o Conselho Fiscal e Disciplinar violou um compromisso eleitoral da candidatura “Unir o Sporting” com a abertura de processos disciplinares contra associados que se manifestaram contra os órgãos sociais durante a Assembleia-Geral de 10 de outubro, há uma semana.
“Não manifestamos apoio a insultos, no entanto, consideramos que a atuação do presidente foi tanto ou mais grave a provocar os associados, sem que tenha sido feito um reparo por parte dos restantes elementos dos órgãos sociais. Foi criado pelo Conselho Fiscal e Disciplinar um clima de medo e no Sporting não pode haver medo com a ameaça de expulsão de sócios”, reforçou Soraya de Amorim, colocando-se o movimento à disposição dos associados que venham a ser alvo de processos disciplinares para auxílio jurídico.