O despedimento de Johann Zarco por parte da KTM, no seguimento do acidente com Miguel Oliveira no Grande Prémio da Grã-Bretanha (quebrando assim uma série de mais de 30 corridas sempre a terminar do português), foi uma janela de oportunidade que se abriu para o piloto de Almada, sempre muito elogiado por parte da Tech3 e até de equipas rivais. Para solução imediata entrou o finlandês Mika Kallio – que em três provas não conseguiu somar mais do que dois pontos; para 2020, apesar da possibilidade falada do espanhol Iker Lecuona, o número 88 seguia numa pole position mas, no final, a escolha acabou por recair no sul-africano Brad Binder.

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“Depois de alguma ponderação e conversas, tomámos a decisão de deixar jovens talentosos, cheios de vontade e com muita experiência noutras categorias mostrarem o que podem fazer. O Brad é um piloto que fez o seu caminho na KTM, não temos dúvidas de que entrará na nossa equipa e continuará a mostrar esse mesmo estilo e atitude. Quanto ao Iker, entra na Tech3 e tenho total confiança de que o Hervé e a sua equipa irão ser capazes de o ajudar e desenvolver outro rookie tal como fizeram com o Miguel este ano. Sabemos que estamos a dar passos bons e entusiasmantes no nosso projeto e com a próxima temporada definida podemos já começar a escrever um novo capítulo”, comentou a propósito da escolha Pit Beirer, chefe de equipa da KTM.

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Na antecâmara do Grande Prémio da Austrália, antepenúltima prova do Mundial de MotoGP, a KTM confirmou o primeiro piloto para a próxima época (o outro deverá ser Pol Espargaró) e anunciou também os dois pilotos que ficarão na Tech3, Miguel Oliveira e Iker Lecuona. E o português acabou por assumir a sua frustração por não poder dar o passo acima para a equipa de fábrica, explicando também o que estranhou na decisão.

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“Se fosse o Mika estaria tudo bem para mim porque construí uma relação muito boa com a equipa e não faria sentido a mudança mas escolher um rookie e um tipo com a mesma idade que eu faz-me sentir que não sou bom o suficiente para cá estar. É a decisão deles, respeito-a, não mudará nada no meu foco em estar cá e dar o melhor. Era suposto termos uma moto de fábrica este ano e isso só aconteceu muito recentemente. Como será no próximo ano? A questão é que, quando te dão uma posição na equipa de fábrica há muita coisa em jogo: tens uma moto de fábrica e estás envolvido em todo o desenvolvimento das partes, podes testar muitas coisas. Para mim, tendo um ano de MotoGP, faria mais sentido ir para lá, mas isso não faz sentido para eles. É aí que discordamos. Mas respeito e não há nada a fazer”, referiu o piloto português em declarações ao MotoSport.

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Já Mike Leitner, líder da KTM, justificou a não aposta em Miguel Oliveira… na vontade do piloto. “O primeiro piloto a quem pedimos para substituir o Johann foi o Miguel. O Miguel teve a oportunidade de se assumir, de mudar de lugar, e a sua resposta foi clara: disse que preferia ficar onde estava, com o seu chefe de equipa”, frisou ao site oficial do MotoGP. “Disseram-me que o Miguel teria dito que se tivesse os mesmos meios técnicos, preferia ficar na Tech3. Foi uma escolha dele. A KTM já disse que no próximo ano toda a gente vai ter os mesmos meios, com a mesma evolução e as mesmas especificações. Por isso acaba por ser mais uma questão de ambiente do que outra coisa. O Miguel sente-se bem na Tech3. Ele tem muita confiança com o Guy Coulon (o seu chefe de equipa), por isso para mim foi uma decisão clara. Mas acreditem, a Red Bull KTM está a 200% o Miguel. Eles gostam e confiam nele”, destacou o responsável da Tech3, Hervé Poncharal.

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De referir que, nesta fase, Miguel Oliveira ocupa o 16.º lugar do Mundial de MotoGP com um total de 33 pontos, os mesmos de Andrea Iannone (Aprilia) e a quatro de Pecco Bagnaia (Ducati). Já Brad Binder está nesta fase no quinto posto do Mundial de Moto 2 com 186 pontos, atrás de Álex Márquez, Thomas Lutti, Augusto Fernández e Jorge Navarro. Por fim, Iker Lecuona está na 11.ª posição no Moto 2 com 71 pontos.