O porta-voz do grupo Estado Islâmico (EI) foi morto este domingo num novo ataque no norte da Síria, indicou um oficial das forças curdas, após a morte revelada por Washington do chefe da organização ultrarradical islâmica.

Abu Hasan Al-Muhajir foi “morto”, confirmou à AFP um alto funcionário, não identificado, das Forças Democráticas da Síria (FDS), uma aliança dominada por combatentes curdos. Foi “alvejado” na aldeia de Ain al-Bayda, na província de Alepo, no norte da Síria, tinha anunciado antes na rede social Twitter o comandante-chefe da FDS, Mazloum Abdi.

“O terrorista Abu Hassan al-Muhajir, braço direito de Abu Bakr al-Baghdadi e porta-voz da organização Daesh, foi alvejado”, disse Mazloum Abdi no Twitter usando o acrónimo árabe da EI.

A operação foi conduzida “em coordenação direta entre os serviços secretos da FDS e os militares dos EUA”, acrescentou.

Um correspondente da AFP ouviu bombardeios aéreos e depois dois camiões queimados perto da aldeia de Ain al-Bayda. O correspondente viu dois corpos queimados. Um terceiro corpo, também carbonizado, foi encontrado num contentor.

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Também o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) confirmou uma operação levada a cabo “pelas forças americanas em cooperação com as forças democráticas sírias”.

A OSDH assegurou que Abu Hassan al-Muhajir e outros quatro combatentes do EI foram mortos no ataque aéreo. Foram atacados quando tentavam fugir clandestinamente com outros combatentes do EI.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a morte do líder EI, Abu Bakr al-Baghdadi, numa operação militar norte-americana no noroeste da Síria na noite de sábado. Ao confirmar o ataque, Trump indicou que o chefe do Estado Islâmico havia detonado um “casaco” de explosivos que vestia.

Numa gravação de áudio divulgada em abril de 2017 pelos canais de comunicação do EI, Abu Hassan al-Muhajir insultou Trump, tratando-o como um “feio idiota que não sabe o que são Síria, o Iraque e o islão”.

O último registo de al-Muhajir data de março de 2019, dias antes das forças curdas anunciarem o fim do “califado” do EI com a reconquista da aldeia de Baghouz, junto à fronteira oriental da Síria.

Nessa altura, al-Muhajir pediu aos apoiantes do grupo jihadista que se mobilizassem nas zonas ocupadas pelo FDS.