As políticas públicas sobre mudanças climáticas em Moçambique devem incluir a necessidade de compensação das vítimas dos desastres naturais, para impedir o agravamento da pobreza das populações vulneráveis, considerou esta quinta-feira o geógrafo moçambicano José Maria Langa.

“A questão da chamada justiça climática impõe a quem tem maior ação a obrigação de uma compensação às vítimas das mudanças”, defendeu José Maria, membro da Observa, uma coligação de organizações da sociedade civil moçambicanas de defesa do ambiente.

O geógrafo considerou um imperativo de justiça o ressarcimento das vítimas das alterações climáticas, num seminário sobre “mudanças climáticas”, que junta esta quinta e sexta-feira em Maputo especialistas do ambiente.

A imposição da justiça ambiental implica que os países mais industrializados e mais poluentes assumam a responsabilidade de impedir que as comunidades mais pobres paguem o preço das mudanças climáticas, afirmou.

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“Os camponeses não contribuem para os desastres ambientais como o fazem as sociedades mais industrializadas, pelo que é eticamente exigível um maior compromisso em prol do ambiente aos estados mais industrializados”, frisou o geógrafo.

O elemento da Observa defendeu políticas ambientais com uma abordagem integrada, uma vez que as alterações climáticas estão a ter um impacto transversal sobre as sociedades, afetando áreas produtivas e o tecido social.

O “Seminário Técnico-Científico sobre Mudanças Climáticas” junta especialistas em estudos ambientais, académicos e ativistas da causa do ambiente.

O encontro é promovido pelas organizações não-governamentais de defesa do ambiente Observa e Livaningo, em parceria com as embaixadas de França, Finlândia e Suécia.