É preciso mais dinheiro e mais profissionais para o Serviço Nacional de Saúde. Ana Catarina Mendes, eleita em outubro líder da bancada socialista por 91% dos votos, é quem o diz, assumindo que os hospitais públicos têm falhas, numa altura em que se aproxima a discussão do Orçamento do Estado. A Saúde terá de ser uma prioridade dos próximos quatros anos, defende também a deputada socialista durante uma entrevista à Visão (versão completa na edição impressa), a primeira desde que ocupa o cargo.

Quando questionada sobre se mantinha as declarações de 2017, altura em que disse não haver relato de degradação nos serviços públicos, Ana Catarina Mendes aponta problemas ao SNS. “Não escondo que me chegam todos os dias alguns relatos de falhas, aqui e ali, não são as maioritárias. Agora é evidente que estamos confrontados com algum estrangulamento de alguns serviços que precisam, desde logo, de mais recursos financeiros seguramente — e estamos apostados em que isso possa acontecer —, de mais recursos humanos, e seguramente que estamos apostados que possa acontecer. Mas o reforço do Serviço Nacional de Saúde é absolutamente vital para as pessoas nos próximos tempos.”

Sobre o Orçamento do Estado, a deputada não avança detalhes sobre a negociação, mas garante que na altura de fazer acordos será com o Bloco de Esquerda, PCP e Verdes que os socialistas falarão primeiro. Apesar disso, admite bater noutras portas: “Em democracia, conversa-se com todos e ouvem-se todos.”

Ana Catarina Mendes, que é a primeira mulher a ocupar o cargo de líder da bancada socialista, também assume sentir a pressão acrescida com as novas funções. “Todos temos medos de errar e não é por ter 20 anos de parlamento que julgo que sei tudo”, diz.

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