O empresário madeirense Joe Berardo deverá manter as condecorações, após o processo disciplinar de que foi alvo na sequência das polémicas declarações na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD). O Conselho das Ordens Honoríficas (COH) deverá apenas repreender, pessoalmente ou por escrito, o empresário madeirense.
Segundo o Jornal Económico, o COH, presidido por Manuela Ferreira Leite, reúne-se no próximo dia 20 de dezembro de forma a decidir sobre as condecorações. Mota Amaral, ex-presidente da Assembleia da República e que é instrutor do processo disciplinar, vai, diz o semanário, propor uma repreensão ao empresário, pessoal ou por escrito. É a sanção mais leve aplicada pelo organismo.
Entre as razões para a decisão de manutenção estão, segundo o jornal, o facto de que a perda de condecorações se tem aplicado a personalidades com penas de prisão superiores a três anos (como no caso de Armando Vara), assim como o pedido de desculpas público de Berardo, numa carta enviada às redações. No início de julho, o empresário também escreveu uma carta ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, na qual assegurou ter pago cerca de 231 milhões de euros em juros à banca “a troco de nada”.
Joe Berardo recebeu o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique em 1985 pelo então presidente Ramalho Eanes. Em 2004, Jorge Sampaio entregou-lhe a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Berardo invoca casos de Ronaldo e de Mourinho para não perder condecorações