Numa altura em que o Sporting aguarda ainda por uma decisão da Justiça depois de ter apresentado uma ação de despejo das sedes das claques Juventude Leonina e Diretivo Ultras XXI em Alvalade, os respetivos espaços ficaram entretanto sem luz nem água, na sequência do fim do protocolo que mantinham com o clube verde e branco.

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Apesar de se tratarem de espaços camarários, explorados pelo Sporting no âmbito de um protocolo estabelecido com a autarquia aquando da construção do novo recinto, as ligações de eletricidade e água são feitas com as restantes infraestruturas do estádio, razão pela qual os responsáveis já tinham avançado com o pedido para que esse corte fosse feito, algo que não aconteceu com as outras duas claques, Torcida Verde e Brigadas Ultras. A ação de despejo chegou aos tribunais depois das várias reuniões mantidas entre os responsáveis do clubes e as forças de autoridade, já após a recusa de ambos os Grupos Organizados de Adeptos abandonarem essas instalações.

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De recordar que, a 20 de outubro, após os episódios ocorridos durante e depois do encontro de futsal entre o Sporting e os Leões de Porto Salvo no Pavilhão João Rocha, que terminou com o presidente Frederico Varandas a sair com escolta policial e a viatura do vogal da Direção Miguel Afonso a ficar danificada e com um vidro partido, a Direção do clube colocou fim ao protocolo que mantinha com a Juventude Leonina e Directivo Ultras XXI. Além desse episódio, que funcionou como uma gota de água de algo que os responsáveis consideraram ser um “escalar de violência”, já tinha existido a tensão nas Assembleias Gerais e a tentativa de invasão da garagem de Alvalade após a derrota caseira da formação então comandada por Leonel Pontes frente ao Famalicão.

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Desde esse momento, têm sido vários os momentos de contestação por parte das claques ao elenco liderado por Frederico Varandas, algo que ficou de novo patenteado em Barcelos, na derrota do Sporting frente ao Gil Vicente: depois de alguns cânticos que pediam a demissão do atual presidente na primeira parte, as manifestações contra o antigo diretor clínico prosseguiram no segundo tempo – sem a vaia que se ouviu no último encontro em Alvalade diante do PSV, quando foram entoados os mesmos cânticos no final – e, de acordo com o jornal Record, terá havido uma tentativa de invasão do campo por parte de meia dúzia de adeptos, travada desde logo pelos spotters.

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“À chegada a Barcelos, fomos surpreendidos com a proibição de entrada de cachecóis, camisolas e casacos da Juventude Leonina, onde vimos inclusive mulheres e crianças a terem de tirar as suas camisolas e cachecóis. Ao questionarmos de onde tinha partido essa ordem, foi-nos informado, que tinham sido ordens do presidente Frederico Varandas. Valeu-nos o bom senso da polícia, que acabou por permitir a entrada da roupa. Voltamos à ditadura? Agora para além das proibições existentes em nossa casa, também se apela aos adversários para adotarem estas proibições?”, queixou-se a Juventude Leonina depois do jogo com o Gil Vicente.

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