O instituto Camões disponibilizou cerca de três milhões de euros para o setor da educação em Moçambique nos últimos dez anos, disse esta sexta-feira à Lusa, em Maputo, o presidente do organismo português.

“Este valor foi disponibilizado só para o setor da educação e o ministério usa na implementação dos seus programas”, disse Luís Faro Ramos, presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, no final de uma visita de trabalho a Moçambique.

O valor é investido na capacitação e na construção de infraestruturas, reforçando os planos de expansão da educação definidos pelas autoridades moçambicanas.

No âmbito da visita que esta sexta-feira terminou a Moçambique, Luís Faro Ramos assinou mais um acordo com Conceita Sortane, ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, num documento em que o instituto Camões assume a responsabilidade de desembolsar mais 250 mil euros para o setor. “É um apoio que disponibilizamos desde o ensino pré-primário até ao universitário, portanto, há um intervenção de A a Z no que diz respeito à educação aqui”, frisou Luís Faro Ramos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O destaque à educação na cooperação com Moçambique resulta de uma coordenação com o país parceiro para identificação de áreas prioritárias. “Quando preparamos o programa estratégico de cooperação fazemos um análise conjunta, tendo em conta também as solicitações dos países parceiros”, acrescentou o presidente do Camões, observando que, dentro da cooperação entre Portugal e países africanos de língua portuguesa, Moçambique tem sempre estado “na linha da frente”.

Além do apoio à educação, no âmbito da visita de Luís Faro Ramos a Moçambique, o instituto Camões assinou quatro memorandos de entendimento com universidades moçambicanas, com o objetivo de promover a língua e garantir a “internacionalização das instituições de ensino moçambicanas”.

Os memorandos foram assinados com as universidades Rovuma, Licungo, Save e Pedagógica de Maputo, todas resultantes da restruturação da antiga UP, que foi dividida em cinco instituições de ensino superior espalhadas pelo país no início do ano.

À luz dos memorandos, o instituto Camões garante recursos e técnicos e humanos para as universidades, que deverão cada uma delas desenhar planos específicos contextualizados às suas necessidades. “Isto coloca-nos mais perto daquele objetivo que é de todos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: colocar o português como uma língua oficial das Nações Unidas”, acrescentou Luís Faro Ramos.

A visita do presidente do instituto a Moçambique durou quatro dias e foi enquadrada nas comemorações alusivas aos 10 anos da Cátedra de Português Língua Segunda e Estrangeira da Universidade Eduardo Mondlane, a mais antiga instituição do ensino superior no país.

A agenda do presidente do Camões incluiu também um encontro com o ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Nhambiu, além de visitas a casas de cultura na capital moçambicana.