Já foram identificados e interrogados vários indivíduos que terão estado envolvidos nas agressões ao aluno cabo-verdiano Luís Giovani Rodrigues, que acabou por morrer, vários dias depois, no hospital. Segundo o Jornal de Notícias, enquanto prossegue a investigação forense e se fazem exames complementares no âmbito da autópsia, a PJ já terá identificado a maioria dos cerca de 15 homens que terão participado na discussão num bar em Bragança.
Terá sido nesse bar (Lagoa Azul) que começou a discussão entre Giovani, alguns amigos deste e um outro grupo de indivíduos, que se terão armado com paus, cintos e ferros. Para já, diz o JN, embora nenhum cenário esteja afastado, nada aponta para um crime de ódio racial mas, sim, apenas uma rixa que terá começado quando alguém deu um empurrão a outro, dentro do bar. Esta é uma explicação que já tinha sido avançada na segunda-feira pelo Público.
O diretor da Polícia Judiciária (PJ), Luís Neves, garantiu na segunda-feira o empenhamento na descoberta dos envolvidos no caso que levou à morte de um estudante cabo-verdiano, em Bragança. Em declarações aos jornalistas à margem da cerimónia de abertura do Ano Judicial, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, Luís Neves referiu que a PJ está a investigar este crime “há muito poucos dias” — recebeu o caso no dia 31, segundo o JN, quando foi comunicada a morte do jovem.
O caso chegou às autoridades de Bragança como um possível alcoolizado caído na rua sem menção a agressões ou ferimentos, segundo comandante dos bombeiros de Bragança, Carlos Martins. Só depois de chegar ao local e avaliar a vítima é que a equipa de emergência descobriu um ferimento na cabeça e “verificou que se tratava de um possível traumatismo craniano”, indicou. Os bombeiros desconhecem quem fez a chamada e se o jovem cabo-verdiano estava sozinho quando foi encontrado caído, confirmando apenas que foi a única vítima que avaliaram e transportaram para o hospital.
O alerta chegou aos bombeiros por volta das 4h do dia 21 de dezembro como “intoxicação”, a classificação técnica da emergência médica para casos que podem envolver várias situações, nomeadamente substâncias que vão de venenos a estupefacientes ou álcool. O jovem estava caído na Avenida Sá Carneiro, junto a uma loja (a W52), mais de meio quilómetro e alguns minutos a pé do bar Lagoa Azul.