Um ano e meio depois da Assembleia Geral no Altice Arena que destituiu o então líder Bruno de Carvalho da presidência do Sporting, em junho de 2018, os leões voltam a encontrar um cenário de possível repetição de uma reunião magna extraordinária para sufragar a continuidade ou não do número 1 do clube, Frederico Varandas. Esta terça-feira, à mesma hora que Jorge Jesus estava a prestar depoimento no julgamento do caso de Alcochete, o movimento “Dar Futuro ao Sporting” entregou em Alvalade as assinaturas e o requerimento do pedido ao presidente da Mesa da Assembleia Geral, Rogério Alves, que terá 30 dias para decidir a realização da mesma – mantendo-se em aberto, em caso de recusa, o recurso aos tribunais civis para deliberar sobre essa matéria.

Movimento Dar Futuro ao Sporting quer entregar assinaturas para assembleia geral destitutiva no início do ano

“Queremos agradecer aos sócios que nos ajudaram, estiveram connosco e acreditaram em nós. Também dar uma palavra a todos os sócios que estão no estrangeiro e que nos deram muita força para estarmos aqui e seguir em frente com aquilo que queremos: que no futuro haja Sporting como há hoje”, disse esta terça-feira Carlos Mourinha, um dos líderes do movimento, em declarações à comunicação social citadas pelo Mais Futebol. “Falaremos sobre isso no fim, mas também vamos apresentar a justa causa para a destituição, apesar da mesma não ser necessária. Quem decide a justa causa são os sócios. No fim vamos mostrar a justa causa que vamos agora apresentar a Rogério Alves”, acrescentou.

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O movimento de associados verde e brancos, que tem como principais responsáveis António Lonet Delgado, Carlos Mourinha e Filipe Cuco Ferreira, começou a recolha das assinaturas em outubro (o mínimo necessário são 1.000 votos válidos com todos os formalismos) e reuniu também a verba necessária para pagar o local para a realização da Assembleia Geral e demais custos com pessoal, conforme previsto nos estatutos. Em paralelo, foram dados os argumentos que justificam a realização de uma reunião magna extraordinária e será isso que Rogério Alves terá agora de validar ou não consoante os fundamentos jurídicos apresentados.

Também o Conselho Diretivo respondeu, por carta, aos argumentos defendidos pelo movimento. Ao longo de 13 parágrafos, o elenco liderado por Frederico Varandas reforçou que “foi eleito democraticamente com a maior participação de sócios de sempre da história do clube” e defendeu que “está a trabalhar para dar futuro ao clube, tendo assegurado a solvabilidade financeira do Sporting e lançado os pilares do projeto de construção da base que permitirá a sua sustentabilidade”, entre várias considerações sobre as operações financeiras que foram feitas e o investimento que tem sido realizado na reabilitação da Academia, em Alcochete.

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Em paralelo, foi também salientado o percurso da equipa de futebol profissional em 2018/19 com a conquista da Taça de Portugal e da Taça da Liga, entre os demais feitos das modalidades verde e brancas incluindo os títulos europeus conseguidos por futsal, hóquei em patins, judo ou atletismo , bem como as melhorias feitas a nível do serviço ao sócio, na Loja Verde, no aumento de portas no estádio ou nas audiências da Sporting TV.

No seu manifesto, o movimento “Dar Futuro ao Sporting” já tinha também apontado alguns pontos para o pedido agora entregue, entre os quais “os resultados desportivos desastrosos”, “os projetos financeiros que não são claros”, a possibilidade de haver aumentos salariais para os administradores da SAD (que não se concretizaram). Em termos práticos, são apontadas violações como a quebra do protocolo com dois dos Grupos Organizados de Adeptos e demais ações a esse propósito, bem como “o incumprimento contratual com os sócios que celebram um contrato de compra e venda para aquisição da Gamebox” e depois não podem usufruir da mesma.

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“As últimas eleições mostraram que existem vários projetos alternativos e válidos para o Sporting, em oposição à ausência de projeto que agora se testemunha; os sócios subscritores deste requerimento, conscientes do carácter grave e excecional do seu pedido, sentem que se justifica a discussão e votação em Assembleia Geral do recurso extremo a eleições antecipadas, seja para evitar que o Sporting perca tempo no cumprir meramente formal de um mandato precocemente esgotado, seja para dissipar dúvidas quanto àcredibilidade da atual Direção e a posição dos sócios quanto à mesma”, concluiu o manifesto do movimento “Dar Futuro ao Sporting”.