O anunciado fecho das centrais a carvão de Sines, até 2023, e do Pego, em 2021, foi recebida positivamente por quase todos. A única exceção serão os trabalhadores destas unidades e o Orçamento do Estado até prevê um verba de 100 mil euros para o estudo da requalificação dos trabalhadores, cerca de 400, da central de Sines.

Aliás, é intenção do Governo de que Sines se mantenha como um polo energético em Portugal, mas um polo de energia verde, defendeu João Pedro Matos Fernandes esta terça-feira no Parlamento. Isto mesmo depois do encerramento da maior central elétrica do país com uma potência instalada de 1200 megawatts. O ministro do Ambiente e Ação Climática, que falava no quadro da discussão do Orçamento do Estado para 2020, afirmou ainda mesmo que Portugal “está em condições ser o maior produtor de hidrogénio verde da Europa”.

A alternativa para Sines passa por instalar um grande projeto de produção de hidrogénio para a indústria, aproveitando a vantagem dos preços de energia mais baixos conseguidos com os leilões de energia solar. O projeto de hidrogénio está a ser desenvolvido em parceria com a Holanda e Matos Fernandes espera que venha a criar mais postos de trabalho. Para além da central da EDP, Sines acolhe a maior refinaria portuguesa, indústria petroquímica e um terminal de gás natural liquefeito.

Já para o Pego, a central a carvão que deverá já fechar em 2021, a instalação de uma unidade de biomassa, por iniciativa do promotor, vai depender de um concurso que o Governo quer lançar até ao final do primeiro trimestre. Este leilão de potência vai incluir capacidade solar e introduz uma nova opção para os concorrentes que queiram desenvolver projetos de armazenamento. Sobre a viabilidade da biomassa no Pego, Matos Fernandes afirmou esperar que o Pego apresente uma tarifa competitiva a concurso, tendo em conta o know-how na produção de energia.

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