Cláudia Simões, a mulher alegadamente agredida por agentes da PSP no último domingo, afirmou ao Público que nada teve a ver com as agressões, na noite desta sexta-feira, ao motorista do autocarro da Vimeca. “Quero deixar claro que nem eu, nem a minha família tem nada a ver com o que se passou ontem com o motorista, tal como a PSP sabe”, disse ao mesmo jornal.
O motorista do autocarro da Vimeca que terá estado na origem do conflito com Cláudia Simões foi agredido esta sexta-feira, segundo confirmou a PSP. As agressões ocorreram na Avenida 25 de Abril, em Massamá, e o homem foi levado para o Hospital São Francisco Xavier onde ficou internado. Cláudia Simões disse-se ainda “chocada” com o facto de poder ter sido associada às agressões.
De acordo com o Expresso, o motorista “vai permanecer internado mais alguns dias”. À SIC, um transeunte disse ter testemunhado o momento em que o motorista foi encaminhado para o hospital, afirmando que era possível ver “muitos hematomas no rosto e feridas graves na cabeça”.
Caso da Amadora. Agredido motorista que chamou a polícia para denunciar Cláudia Simões
Cláudia Simões é uma portuguesa de 42 anos que foi alegadamente agredida por agentes da PSP na noite de dia 19, na Amadora, em frente à filha Vitória, de 8 anos, tendo ficado “num estado grave”, conduzida depois ao Hospital Amadora-Sintra. Nas redes sociais foi publicado um vídeo com parte da detenção, no qual é possível ver um agente da PSP em cima da mulher. Na causa do incidente terão estado desacatos com o motorista do autocarro e, posteriormente, com a PSP, por Vitória não ter um um bilhete para andar no autocarro. O caso foi denunciado pela associação SOS Racismo esta segunda-feira dizendo que se tratou de uma questão de racismo por a mulher ser negra.
SOS Racismo denuncia agressão “contra cidadã negra portuguesa”. PSP acusa-a de “resistir à detenção”
Em comunicado no mesmo dia, a Direção Nacional da PSP afirmou que o motorista terá chamado o agente que estava de patrulha na rua porque havia uma mulher que se recusava a “proceder ao pagamento da utilização do transporte da sua filha, e também pelo facto de o ter ameaçado e injuriado”. E apresenta uma versão diferente do caso: “A cidadã, de imediato e sem que nada o fizesse prever, mostrou-se agressiva perante a iniciativa do polícia em tentar dialogar, tendo por diversas vezes empurrado o polícia com violência, motivo pelo qual lhe foi dada voz de detenção”, pode ainda ler-se no comunicado.
“A partir desse momento, alguns outros cidadãos que se encontravam no interior do transporte público tentaram impedir a ação policial, nomeadamente pontapeando e empurrando o polícia”, disse ainda a PSP. Cláudia afirma que, depois de ser detida, foi agredida.