Há uma condição para que o Livre passe da abstenção à viabilização do Orçamento do Estado: uma avaliação estratégica ambiental a todas as medidas do Orçamento. A indicação foi dada por Joacine Katar Moreira, durante uma conferência de imprensa esta tarde na Assembleia da República.
Numa intervenção com grande parte dedicada às críticas ao documento entregue pelo Governo, que conhecerá o resultado da votação final global no dia 6 de fevereiro, Joacine Katar Moreira disse que o partido iria “imediatamente votar favoravelmente a este Orçamento se o Exectivo aceitasse realizar uma avaliação estratégica ambiental a todas as medidas” do documento. A deputada única considerou que “há uma enorme resistência na realização de avaliações estratégicas ambientais” pelo que parece pouco provavel que o partido altere o sentido de voto que teve na generalidade (abstenção).
Mas “um maior investimento no que diz respeito ao combate às alterações climáticas” seria, segundo Joacine Moreira, “um incentivo enorme” para alterar o sentido de voto. O Livre considera que “há otimas intenções” nesse campo, mas “não correspondem minimamente ao investimento que o Executivo irá fazer nessas áreas”.
A deputada frisou que as propostas “estão absolutamente relacionadas com o nosso programa eleitoral” nas áreas da “justiça social e de um maior investimento no combate às alterações climáticas”. O partido da papoila quer um “investimento de 2.5 milhões para o ICNF” e a “alocação de verbas para iniciativas no âmbito das associações e especialmente no que diz respeito à reflorestação”.
“Não se pode combater os incêndios, defender a nossa floresta sem o investimento na promoção da biodiversidade e na agilização da gestão florestal”, afirmou Joacine Katar Moreira para depois defender a “taxação do transporte aéreo” e a criação “de uma agência nacional ou de uma unidade de missão para o novo pacto verde”.
O Livre pretende também que seja criado um “programa de investimento ferroviário de longo curso”. Segundo Joacine Katar Moreira, o partido tem ainda “altas expectativas” na efetivação de medidas como a “efetivização de um observatório do racismo e da xenofobia” e a “informatização e possibilidade de renovação das autorizações de residência online”.
A conferência de imprensa ficou marcada ainda por um momento insólito, quando a deputada se levantou e saiu enquanto um dos jornalistas presentes tentava terminar uma questão. Quando terminava a formulação da pergunta — que tinha sido anteriormente interrompida — a única resposta que recebeu foi que “agora já não dá” antes da deputada e o assessor que a acompanhava terem saído da sala.