Foi revelado o trailer para o filme “Ano da Morte de Ricardo Reis”. A longa-metragem é realizada por João Botelho. O cineasta português fez uma adaptação para cinema do livro publicado em 1984 pelo escritor português e vencedor do Prémio Nobel da Literatura, José Saramago.
O vídeo com o primeiro excerto de apresentação do filme foi publicado na conta da produtora Ar de Filmes na plataforma de streaming Vimeo e pode ser visto abaixo:
Do elenco do próximo filme de João Botelho fazem parte atores e atrizes como Luís Lima Barreto, Chico Diaz e Catarina Wallenstein. Há um ano, em entrevista ao Observador, a atriz respondia assim a uma pergunta sobre como seria interpretar Lídia, personagem do romance de Saramago, no filme de João Botelho: “Ainda não sei, tenho de me sentar com eles a delinear estratégias. Mas é uma honra enorme fazer um papel grande de uma obra da literatura com essa envergadura. E com o João [Botelho] outra vez. Ainda para mais tenho feito uns papéis mais pequenos com o João, que deixam muita vontade de podermos passar mais tempo a construir juntos. Chegou a hora, estou feliz!”
Já João Botelho, também em entrevista ao Observador, revelava em novembro de 2018 que o início das filmagens de “Ano da Morte de Ricardo Reis” estava agendado para abril de 2019. O cineasta explicava ainda que no elenco estariam um ator brasileiro, Chico Díaz, “que vai fazer de Ricardo Reis, porque o Ricardo Reis esteve uns anos do Brasil”, Luís Lima Barreto — “a fazer de Fernando Pessoa, porque quando o Pessoa morreu, aos 47, parecia que já tinha uns 70 anos” — e ainda “a Catarina Wallenstein, a Victoria Guerra, o Adriano Luz, o João Barbosa, uma data de bons atores”.
João Botelho: “Ganhar um Óscar? Antes quero ter dinheiro para um novo filme”
Com uma longa carreira no cinema, iniciada nos anos 1970, João Botelho é autor de filmes como “Conversa Acabada”, “Um Adeus Português”, “A Corte do Norte”, “Filme do Desassossego”, “Os Maias” e “Peregrinação”, entre outros.
A adaptação do romance de Saramago, para um filme cujo trailer foi agora revelado, faz parte de uma tendência do cinema de Botelho nos últimos anos, assim explicada pelo realizador em entrevista: “Nos últimos anos, com a idade, comecei a achar que filmar é um serviço público e deveria devolver isso à sociedade, por isso, comecei a pegar em textos importantes da literatura portuguesa”.