O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, visita esta sexta-feira uma fábrica da construtora aérea brasileira Embraer em São Paulo, onde vai “conhecer a linha de montagem final” de cinco aviões adquiridos para a Força Aérea Portuguesa (FAP).

De acordo com uma nota do gabinete do ministro, João Gomes Cravinho vai visitar a fábrica responsável pela montagem dos cinco aviões KC-390 Millenium, adquiridos para substituírem os Hércules C-130. Durante a sua estadia no Brasil, o ministro da Defesa Nacional vai ainda receber a navio-escola “Sagres”, que chega ao Rio de Janeiro, em 10 de fevereiro, proveniente de Cabo Verde. A paragem no Brasil marca a primeira travessia oceânica do navio-escola português no âmbito dos 500 anos da viagem de circum-navegação iniciada por Fernão de Magalhães.

No Brasil, João Gomes Cravinho dará uma palestra na Escola Superior de Guerra, estando também prevista uma reunião bilateral com o ministro da Defesa brasileiro, Fernando Azevedo e Silva, dedicada à “cooperação entre os dois países em missões internacionais, a segurança no espaço atlântico e as indústrias de defesa”.

O negócio para a aquisição dos cinco KC-390 foi assinado em agosto do ano passado, em Évora, e está avaliado em 827 milhões de euros, incluindo a aquisição de um simulador de voo e a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida. O primeiro destes aviões de carga e transporte do grupo brasileiro será entregue à FAP em fevereiro de 2023, seguindo-se mais um por cada ano até fevereiro de 2027.

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“O KC-390 vai substituir a frota de C-130, com já 40 anos de idade e que está no limite” da sua utilização, com “duplo uso – civil e militar, incluindo combate aos incêndios”, disse o ministro da Defesa após o Conselho de Ministros que aprovou a compra dos aviões, em 11 de julho.

Segundo João Gomes Cravinho, o KC-390 tem “características inovadoras porque é de alcance intercontinental”, sendo “um avião com dois motores, mas com capacidades que normalmente apenas os aviões de quatro motores conseguem atingir”. Gomes Cravinho referiu na altura que os atuais C-130 “têm poucos anos de vida útil pela frente”, mas vão poder ainda manter-se ativos nos próximos “seis a sete anos”, já que “estão a passar por uma pequena modernização necessária para terem autorização para continuar a voar”.

Em 10 de setembro de 2010, os então ministros da Defesa de Portugal e do Brasil assinaram uma declaração de intenções assumindo o compromisso de “alargar e aprofundar a cooperação entre os dois países no setor aeronáutico, como uma das prioridades conjuntas para dar início às negociações bilaterais tendo em vista a definição dos termos e condições da participação de Portugal no Programa de Desenvolvimento e Produção das Aeronaves KC-390″.