Os espanhóis do Abanca têm companhia na corrida à compra do Eurobic. Um grupo de 20 empresários portugueses, “alguns com presença forte no Norte do país”, pôs em cima da mesa uma proposta pelo banco (detido em 42,5% por Isabel dos Santos e em 37,5%  por Fernando Teles), escreve o Expresso na sua edição deste sábado.

O Expresso escreve que “o representante do grupo, José Fernando Figueiredo, teve já encontros com o Banco de Portugal, um deles na passada sexta-feira, para falar da proposta”. Figueiredo é ex-presidente da Instituição Financeira de Fomento. O grupo de empresários inclui João Rafael Koehler, antigo presidente da ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários) e mais conhecido   e assegurou ao Expresso que tem “capital disponível para o negócio”.

“A vontade é que o banco adquirido se centre no financiamento empresarial, sobretudo a pequenas e médias empresas, sendo que, no caso de particulares, o objetivo é seguir um modelo de baixo custo, com aposta na digitalização (idêntico ao Revolut)”, adianta o semanário.

Para já, os galegos do Abanca foram os únicos que confirmaram publicamente o interesse no Eurobic. No entanto, o presidente do banco espanhol, Juan Carlos Escotet, disse que apenas avançará se puder controlar pelo menos 75% do capital, ou seja, se comprar ao mesmo tempo as posições de Isabel dos Santos (que na sequência do Luanda Leaks anunciou que irá vender a sua posição) e de Fernando Teles.

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“Quanto ao EuroBic, tivemos a informação de que se pretende fazer uma mudança na estrutura acionista e isso levou-nos a perguntar pelo processo. Agora haverá um processo competitivo, temos o interesse em participar em todo o processo”, adiantou Escotet numa conferência de imprensa em Santiago de Compostela, na passada terça-feira, citado pelo Eco e pelo Jornal de Negócios.

O grupo de empresários de que o Expresso fala agora tem uma contrariedade extra pela frente, não só a concorrência de outros interessados, incluindo da China, do Reino Unido e do Médio Oriente. Como recorda o jornal, este grupo não tem presença na banca, pelo que “o processo de autorização seria demorado”. E todas as partes, incluindo o Banco de Portugal, querem ver o assunto resolvido o mais rapidamente possível.

O interesse de um grupo chinês no Eurobic foi adiantado pelo Observador a 22 de janeiro. Na altura, uma fonte do setor bancário nacional disse ao Observador que no outro lado da mesa negocial poderá estar um grupo bancário chinês – um que ainda não tem presença em Portugal – que terá manifestado interesse em comprar o EuroBic no final do verão de 2019.

Isabel dos Santos está a vender posição no EuroBic e já abdicou dos direitos de voto

Nessa altura, perante essa manifestação de interesse, o sócio de Isabel dos Santos Fernando Teles terá mostrado que gostaria de vender, mas Isabel dos Santos, nessa altura, indicou que não queria vender a sua participação, pelo que a história ficou por ali. Apesar de existir a possibilidade de que essa negociação tenha, entretanto, sido reativada, a hipótese mais forte neste momento será, ainda assim, o Abanca.