A Infraestruturas de Portugal (IP) atribuiu à Futrifer – Indústrias Ferroviárias contratos de 4,4 milhões de euros, por concurso ou ajuste direto, já depois de esta empresa (e um dos seus administradores) ter sido condenada por cartelização em negócios que lesaram a própria IP. Mas, perante esta notícia avançada pelo Negócios, a IP justifica a decisão com a “escassez” de empresas que possam prestar os serviços necessários.
O Negócios cita dados que estão no portal público BASE, que reúne os contratos feitos por organismos e empresas públicas. No total, a Futrifer – Indústrias Ferroviárias ganhou contratos no valor total de quase 4,4 milhões de euros quando já tinha sido condenada pela Autoridade da Concorrência pela participação num cartel na área da manutenção ferroviária. A empresa foi condenada ao pagamento de coimas que ascendem a 300 mil euros.
Dos 13 contratos que a empresa recebeu, 10 foram por ajuste direto. Como é que a IP explica isto? “Pela especificidade técnica e logística associada à atividade de manutenção de aparelhos de via, o número de empresas, presentes no mercado, capazes de a assegurar é escasso” e, lançados concursos, “apenas a Futrifer apresentou proposta para a execução destes contratos de curta duração”.
Além da Futrifer, foram condenadas pela Autoridade da Concorrência neste processo a Sacyr Neopul e a Mota-Engil. Os factos remontam a 2014 e 2015.