A Koenigsegg já nos habituou a desportivos impressionantes, tanto sob o ponto de vista da eficiência como da potência absoluta. E este novo Gemera não fica atrás dos seus antecessores, antes pelo contrário. O aspecto deslumbra, mas ainda antes de um observador atento recuperar do espanto induzido pelas linhas, eis que se apercebe de um habitáculo razoavelmente espaçoso com lugar para quatro adultos. E nada de bancos para “enfezados”, como acontece no Porsche 911 ou, de forma menos evidente, no Nissan GT-R, uma vez que o espaço atrás parece ser mais que suficiente para acolher dois adultos.

Mas quando se fala do Gemera, o melhor é ir directamente ao que interessa, ou seja, a mecânica, tendo presente que a Koenigsegg já há muito que nos surpreende. Primeiro com uns motores V8 biturbo de produção própria extremamente potentes e, mais recentemente, pelas caixas de velocidades sem… velocidades. Para o seu primeiro desportivo mais espaçoso, o construtor sueco reservou surpresas ainda mais sumarentas.

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Para fazer mexer o Gemera, a Koenigsegg projectou e produziu um motor a gasolina, com apenas três cilindros. Parece pouco, mas habitue-se a respeitar Christian von Koenigsegg, um dos mais brilhantes engenheiros do mundo e aquele fabricante que se pode considerar a Tesla – pela capacidade de surpreender a concorrência – dos carros com motor de combustão.

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A unidade motriz que queima combustíveis fósseis tem efectivamente três cilindros e, como se isso não bastasse, apenas 2 litros de capacidade. Porém, com a magia da marca e a ajuda de dois turbocompressores, fornece uns espectaculares 600 cv e 600 Nm de binário. Mas para a Koenigsegg isto é apenas um aperitivo. Sim, porque a equipa de Christian juntou ao pequeno e compacto três cilindros, carinhosamente baptizado internamente como Tiny Friendly Giant, três motores eléctricos, que somam 1100 cv. Estas três unidades são alimentadas pela bateria, sendo que duas estão ligadas a cada uma das rodas traseiras, enquanto a terceira surge acoplada ao motor de combustão.

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O motor a gasolina de três cilindros pode queimar igualmente combustíveis mais amigos do ambiente, a começar por etanol ou metanol neutro em CO2. Recorrendo apenas aos motores eléctricos, o Gemera é capaz de atingir 300 km/h e, se adoptar um ritmo mais contido, percorrer até 50 km em modo eléctrico.

O desportivo conta ainda com direcção activa nas rodas traseiras, além de um chassi em fibra de carbono. Do modelo com quatro lugares apenas serão fabricadas 300 unidades, todas elas a serem vendidas por 1 milhão de euros, antes de impostos. Um valor que pode ser considerado acessível, face aos concorrentes da Ferrari.