Não é fácil encontrar um construtor de veículos que se consiga bater com a Koenigsegg, em matéria de hiperdesportivos, ou da tecnologia necessária para os fazer mais potentes e mais inovadores do que a concorrência. O Jesko, a sua última criação, em vias de finalmente começar a ser entregue aos clientes que o sinalizaram, está a concluir os testes de desenvolvimento, antes de ser enviado para quem está disposto a pagar cerca de 3 milhões de euros, antes de impostos.

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O projecto que originou o Jesko, inicialmente falado em 2019, com o protótipo definitivo a ser revelado um ano depois, sofreu um atraso considerável. Mas nada que possa aborrecer excessivamente os clientes que manifestaram o desejo de se tornar donos de uma das 125 unidades a produzir. Atrasos e desculpas à parte, a realidade é que o modelo da sueca Koenigsegg está finalmente quase pronto, tendo sido ultimamente apanhado por diversas vezes em testes em vias públicas, nos arredores da fábrica em Ängelholm, cerca de 90 km a norte de Malmö.

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Mais importante do que o atraso, pelo menos para os potenciais clientes, é o facto de o Jesko continuar a respeitar o prometido, ou seja, montar um motor concebido pela Koenigsegg, um 5.0 V8 biturbo, capaz de fornecer a módica quantia de 1600 cv. Isto caso esteja a queimar gasolina E85, por outras palavras, gasolina com 85% de etanol, disponível apenas em alguns países e que torna este combustível mais sustentável do que a gasolina convencional. Caso o E85 não esteja disponível e o Jesko se veja obrigado a consumir combustível convencional, a potência cai para 1280 cv às 7800 rpm (fruto de utilizar uma pressão de sobrealimentação de apenas 1,7 bar, em vez dos 2,2 bar com E85), num V8 que possui o red line às 8500 rpm. Independentemente do tipo de gasolina, a caixa será sempre a inovadora e extremamente rápida transmissão de dupla embraiagem com nove relações.

Arrancou a produção do Koenigsegg Jesko que atinge 531 km/h

O chassi é leve, se tivermos em conta a mecânica que aloja no seu interior e o tradicional requinte do construtor, construído num misto de fibra de carbono e estrutura de alumínio em ninho de abelha. O tejadilho é removível, transformando o Jesko num spider, mas o que sobressai são os apoios aerodinâmicos, com a imensa asa traseira a fazer conjunto com o generoso splitter frontal. Ambos conseguem gerar uma carga aerodinâmica de 700 kg a 250 km/h, valor que sobe para 1400 kg à velocidade máxima. Contudo, a asa posterior é activa, o que significa que pode reduzir a inclinação e, com ela, o apoio em recta, permitindo elevar consideravelmente a velocidade máxima.

Oferecendo três modos de condução (molhado, normal e pista), o construtor acredita que o Jesko vai ser capaz de ultrapassar folgadamente os 500 km/h, com a homologação a ser esperada para breve. 480 km/h deverá ser o valor avançado para início de conversa, para facilmente superar os 500 km/h em E85. Apesar da velocidade máxima não ter sido ainda testada, a Koenigsegg não estranharia que nas condições ideais e sobretudo no Jesko Absolut, a variante com melhor coeficiente de penetração (e menos apoio aerodinâmico), fosse possível aproximar-se dos 531 km/h.