O ministro da Economia afirmou que há um impacto “moderado” na economia portuguesa, mas que, ainda assim, o Governo tem uma “artilharia preparada” de apoio às empresas, numa entrevista ao Público e à Rádio Renascença. Turismo é a área mais afetada, com Pedro Siza Vieira a avisar que o “ritmo das novas reservas está a cair bastante”.

O ministro da Economia referia-se às medidas imediatas já antes anunciadas por António Costa no debate quinzenal de quarta-feira, criadas para minimizar o impacto do novo coronavírus na economia do país: uma nova linha de crédito de 100 milhões de euros para as empresas afetadas e a baixa paga a 100% aos trabalhadores caso não possam comparecer aos locais de trabalho devido ao novo surto. Pedro Siza Vieira garante que este plano “permitirá às empresas respirarem um pouco”.

Até agora, o impacto do Covid-19 no setor económico tem sido “moderado”. “A excepção mais evidente são os sectores dos transportes, das viagens e da hotelaria”, alerta o ministro, “em que estamos a ter um ritmo muito acelerado de cancelamento de reservas e o ritmo das novas reservas está a cair bastante.” Siza Vieira afirma que a “preocupação essencial” é conter a propagação do vírus, uma vez que “quanto mais duradoura for esta crise, maior será o impacto”. O ministro quer mitigar o impacto da diminuição da atividade das empresas durante este surto, mas admite que “neste momento” ainda existem “muitas incertezas” quanto à duração desta crise.

Na entrevista, o ministro diz estar preocupado com o impacto no setor do Turismo durante a Páscoa, mas não quer “dramatizar”. “É uma época muito importante na atividade turística, tem impacto significativo no crescimento da nossa economia e esta é uma grande incerteza”, dizendo que as perspetivas do setor para este ano eram “muito fortes”. Mas, “se tivermos um bom movimento de retoma”, “o segundo trimestre e a segunda metade do ano já poderão ser melhor”, acrescenta.

Quando questionado sobre se Portugal ainda tem espaço para crescer no mundo, Pedro Siza Vieira diz que os investidores estrangeiros procuram “talento”, “abertura ao mundo e às línguas”, “profissionalismo” e “capacidade de nos relacionarmos em equipas multiculturais”, qualidades que caracterizam os portugueses, e confessa: “Espero que estes elementos não desapareçam”.

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