[O estudo sobre o qual vista este artigo foi retirado na terça-feira pela revista Practical Preventive Medicine. Não se conhecem os motivos, tal como avançado pelo South China Morning Post]

Afinal, o coronavírus que provoca infeção por Covid-19 pode sobreviver no ar durante 30 minutos, resistir durante dias em cima de determinadas superfícies e pode deslocar-se pelo ar numa distância que pode chegar aos 4,5 metros, acima dos 1 a 2 metros recomendados como distância segura pelas autoridades de saúde mundial. As conclusões são de um estudo levado a cabo pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da Província de Hunan, divulgadas esta segunda-feira pelo jornal chinês de língua inglesa South China Morning Post (SCMP). O estudo foi inicialmente publicado na sexta-feira, numa publicação especializada.

Na base do estudo está a análise a um caso concreto que se registou a 22 de janeiro, num autocarro que efetuava um percurso de longa distância e onde seguia um paciente infetado com Covid-19. De acordo com Hu Shixiong, o epidemiologista que liderou o estudo, esse doente não interagiu com nenhum dos outros passageiros e, no entanto, terá infetado oito das pessoas que seguiam a bordo, inclusivamente algumas que estavam a 4,5 metros de distância do seu lugar.

“Podemos confirmar que, num ambiente fechado com ar condicionado, a distância de transmissão do novo coronavírus deverá ser maior do que a distância habitualmente considerada de segurança”, pode ler-se no estudo, de acordo com o SCMP.

De acordo com o mesmo estudo, o vírus presente em gotículas pode sobreviver dois a três dias em superfícies de materiais como vidro, metal, plástico ou papel. Essa duração, porém, dependerá de algumas condições como o tipo de superfície e a temperatura — os 37.º são apontados como a temperatura ótima para a sobrevivência deste tipo de coronavírus.

No entanto, ainda há muito para saber sobre este vírus. Um dos médicos envolvidos no estudo, por exemplo, destacou que, apesar das conclusões, os investigadores não conseguiram compreender por que razão os passageiros que seguiam ao lado do paciente infetado no autocarro não foram contagiados. Outra das dúvidas está na eficácia do uso de máscaras: o estudo chinês sublinha a importância das máscaras como forma de impedir a transmissão, uma conclusão que outros cientistas não subscrevem. “O nosso nível de conhecimento sobre a transmissão deste vírus ainda é limitado”, avisou o médico que falou ao SCMP, de Pequim.

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