Se tem uma consola ou um PC em casa, jogar pode ser uma boa opção para os próximos dias. Pelo divertimento, distração e efeito absorvente que alguns jogos garantem e pela possibilidade de fazer passar o tempo sem se dar por isso. Estes que sugerimos têm potencial para a criação, para partir comandos e conviver em ambientes multiplayer (modo “à distância” incluído) e estabelecer alguma comunicação enquanto se está aos tiros — por exemplo. Nos próximos dias chegarão grandes novidades ao mercado, como “Animal Crossing: New Horizons” (20 de março), o primeiro grande lançamento da Nintendo Switch neste ano. No mesmo dia surgirá o novo Doom, “Doom: Eternal” (Microsoft Windows, Playstation 4, Xbox One), e três dias depois o tão aguardado “Half-Life: Alyx” para Windows. Mas antes destes, há outros jogos já deste ano que podem ter um lugar confortável nestes dias de isolamento.
Call of Duty: Warzone
Microsoft Windows, Playstation 4, Xbox One
Era inevitável que a Activision entrasse no campeonato dos battle royale (jogos que permitem muitos jogadores em simultâneo, online, com diferentes tarefas e missões e que podem incluir o modo “só um pode ganhar”) com um “Call Of Duty”, depois de ter experimentado com uma versão muito específica do género em “Black Ops IV” há um par de anos. “Call Of Duty: Warzone” foi editado no passado dia 10 de março e coloca até 150 jogadores na cidade ficcional de Verdansk, usando mecânicas de “Call of Duty: Modern Warfare”, lançado no ano passado. “Warzone” permite crossplay, ou seja, é possível jogar com utilizadores que tenham o jogo noutras plataformas que não a sua.
Dr. Kawashima’s Brain Training
Nintendo Switch
A Nintendo tem este dom de tornar ideias absolutamente inesperadas em casos de sucesso. Uma deles – e muito estimada – é o “Brain Training” do Dr. Kawashima para a Nintendo DS, que mostrou que uma consola portátil podia também ser um instrumento útil de aprendizagem para crianças e adultos. Aprendizagem ou exercício para a mente, com testes para analisar a idade do cérebro e uma série de testes para o tornar mais novo. Com desafios práticos, de curta duração, é possível exercitar diariamente os neurónios e tornar mais eficiente a memória e o raciocínio. A versão da Switch foi lançada no início deste ano e mantém as características originais.
Dreams
Playstation 4
Sem medo de entrar em redundâncias, “Dreams” é um daqueles sonhos que alguém teve para a Playstation 4 e que demorou muito tempo a ganhar uma forma completa. Apresentado ao público pela primeira vez em 2012 e usado, alguns meses depois, como referência para as potencialidades da Playstation 4, o jogo da Media Molecule (“Little Big Planet” e “Tearaway”) é uma ferramenta para o utilizador dar azo à sua imaginação e criar o que quiser, seja um jogo, um filme ou só um esboço de uma ideia que paira na cabeça. O que é fantástico – e, de certa forma, inovador – é o modo como transforma a criação num jogo e convence de que nada é impossível com a imaginação. Os resultados que a comunidade tem apresentado têm sido impressionantes e está ao alcance de cada um fazer qualquer coisa de incrível. É só carregar o jogo e tornar-se um imaginador profissional. “Dreams” deixa-o à vontade para concretizar os seus sonhos.
Final Fantasy VII Remake – Demo
Playstation 4
A primeira parte do remake de “Final Fantasy VII” só estará disponível a 10 de abril, mas até lá será possível jogar a demo que oferece umas belas três horas desta reimaginação de Midgar para o contexto da tecnologia atual. Pela amostra, fica claro de que a narrativa e as personagens do jogo original serão a coisa a passa para este remake, com muita semelhança uma vez que a transformação visual e a tecnologia permitem novas abordagens à jogabilidade e a métodos de evolução das personagens neste RPG. Ainda não se sabe quando virão as outras partes do remake que completarão o imenso universo de “Final Fantasy VII”, mas a partir de 10 de abril haverá razões para se estar bem entretido durante várias dezenas de horas.
Kentucky Route Zero: TV Edition
Microsoft Windows, Nintendo Switch, Playstation 4, Xbox One
Lembram-se das aventuras de point and click, em que o cenário é estático e a personagem se move em função do que escolhemos fazer com um cursor? “Kentucky Route Zero” foi um dos primeiros casos de sucesso de um crowdfunding nos videojogos e desde o seu lançamento inicial, em 2013, que tem conquistado mais e mais fãs usando esse velho mas nunca desatualizado modelo. Os diferentes atos do jogo foram lançados ao longo dos anos, a “TV Edition” veste-se como a versão completa pronta para consolas, mostrando que não é preciso um rato para tornar a aventura de Conway, o protagonista-camionista desta história, numa experiência única para as nossas vidas. É um daqueles jogos perfeitos para se jogar numa Nintendo Switch.
Nioh 2
Playstation 4
“Nioh 2” tem tudo para ser uma ótima experiência para o sentimento de “cabin fever” que começará a surgir em alguns de nós. Ou pode ser uma terrível experiência. “Nioh 2” é uma prequela de “Nioh”, o jogo de 2017 da Team Ninja que se revelou como uma ótima cópia/versão em formato “Japão século XVII” dos jogos da From Software, “Demon’s Souls” e “Dark Souls”. O que é que isto quer dizer exatamente? Que são jogos de aventura/exploração com características de RPG muito difíceis, onde o segredo está na paciência e na tentativa-erro. Haverá muito tempo para jogá-lo estando em casa, mas o fator “4 paredes” pode tornar a experiência “Nioh 2” em algo próximo da obra do demónio. Porque é mesmo muito difícil. E gratificante como poucos jogos o são atualmente.
Ori and the Will of the Wisps
Microsoft Windows, Xbox One
A sequela de “Ori And the Blind Forest”, de 2015, mantém o esquema de jogo de plataformas em modo Metroidvania (nome que se dá à junção de características dos clássicos “Metroid” e “Castlevania”). Ou seja, teoricamente é fácil, mas quando se passa à ação não é. Exige a dose suficiente de controlo para não desatarmos a arrancar cabelos e qualquer frustração que exista é compensada pelo facto de o universo de “Ori” ser muito bonito e ter puzzles que ajudam a pensar em coisas boas e não no que se passa lá fora.
Tom Clancy’s The Division 2: Warlords of New York
Microsoft Windows, Playstation 4, Xbox One
“Warlords Of New York” é a primeira expansão de “The Division 2”, lançado em março do ano passado. Ao contrário de “Zombie Army 4: Dead War” (leia abaixo), este foi metido aqui de propósito, porque coloca o jogador num cenário de guerra depois uma pandemia de varíola. É altamente improvável (para não dizer “impossível”) que o cenário dos nossos dias não se torne no caos de “The Division 2”. Por isso, mais vale ir testando alguns cenários táticos neste multiplayer jogado na terceira pessoa que envolve muita estratégia, paciência e rigor.
ZombieArmy 4: DeadWar
Microsoft Windows, Playstation 4, Xbox One
Vai ter de acreditar nas palavras seguintes: a escolha de um jogo com “Zombie” no título em nada tem a ver com o momento que vivemos. Por mais apelativo – e satisfatório – que seja matar zombies em tempos de pandemia, “Zombie Army 4: Dead War” está aqui porque é uma das grandes surpresas do ano. A notícia não é totalmente inesperada para quem conhece a série “Sniper Elite” e os jogos que originaram daí e criaram a compilação “Zombie Army Trilogy” em 2015. O motivo é simples e velho: matar zombies nazis. Então, qual é a surpresa? “Zombie Army 4” dirige o jogador para uma ação frenética, que exige rapidez e tática sem se ter uma real perceção de que isso está a acontecer: ou seja, apela à melhor intuição de quem tem um controlo nas mãos. A história é tão dirigida para assimilar o próprio absurdo – um exército de mortos que vem do inferno, nenhuma novidade aqui – que nem se pensa se é boa ou não. Só se quer matar e sobreviver em “Zombie Army 4”. Com estilo.