Tudo começou quando a Câmara Municipal do Porto recebeu por e-mail “uma denúncia” por parte da administração do Hospital de Santo António de que os 29 ventiladores doados pela Galp a hospitais públicos teriam sido “desviados” para Lisboa. O Hospital de Santo António terá recebido a informação de que os ventiladores seriam distribuídos pelos hospitais da zona Norte, o que não aconteceu.

Perante esta denúncia, na passada quinta-feira, o presidente da Área Metropolitana do Porto (AMP), Eduardo Vítor Rodrigues, pediu através da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN) um pedido de esclarecimento sobre o assunto ao Ministério de Saúde. “Até hoje não recebemos formalmente uma resposta, mas acredito que isso venha a acontecer”, afirma em declarações ao Observador.

Depois do caso se ter tornado público, o Ministério da Saúde esclareceu este sábado que todos os mecenas, incluindo a Galp, têm liberdade de escolha sobre o destino das doações. “Todos os mecenas, incluindo a Galp, têm liberdade de escolha sobre o destino das doações que realizam”, afirmou a tutela à agência Lusa.

O ministério salientou ainda que “apenas nos casos em que o destino não seja especificado será a tutela, baseada em critério técnicos e de necessidade, a escolher o destino das doações”. Caso se confirme, Eduardo Vítor Rodrigues recusa-se a criticar a tutela e pede ponderação. “Se assim foi, sou incapaz de criticar o ministério, agiu bem. Temos que olhar para o país num todo”, sublinhou.

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Contactados pelo Observador, nem o Hospital de Santo António nem a Câmara Municipal do Porto quiseram comentar o caso.

Municípios criam fundo para aquisição de material para hospitais a partir de quarta-feira

Vários municípios da Área Metropolitana do Porto estão disponíveis para criar um agrupamento para financiar a aquisição de material para responder às necessidades dos hospitais da região durante a pandemia de Covid-19. A ideia foi discutida na passada sexta-feira, numa reunião informal da Área Metropolitana do Porto (AMP), para discutir estratégias conjuntas para o combate ao novo coronavírus.

Será, assim, constituído um consórcio de municípios, em protocolo com o Ministério da Saúde e a Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN). Cada município pode disponibilizar uma verba máxima de 750 mil euros e esta quarta-feira cada um irá decidir formalmente se entra ou não no consórcio e qual a quantia que tem disponível para doar. “O dinheiro será depois mobilizado consoante um único critério: a necessidade de cada hospital”, adianta o presidente da AMP, acrescentando que um dos municípios, ainda a definir, ficará responsável pela coordenação dessa verba.

Em função dos critérios técnicos e do que a ARSN sinalizar, o dinheiro será convertido em produtos que depois serão distribuídos a cada hospital. “Não é altura de estarmos a competir para ver quem é mais ou menos solidário, estamos na altura de coordenação”, conclui Eduardo Vítor Rodrigues.