Anthony Levandowski era um promissor engenheiro da Google, especialista em condução autónoma e, como tal, funcionário da Waymo, a divisão da tecnológica norte-americana que desenvolve os sistemas de carros sem condutor. Em Janeiro de 2016 resolveu sair da empresa, mas não antes de descarregar 14.000 documentos (com cerca de 9,7 gigabytes) do servidor da Google. Nesse mesmo mês fundou a Otto, uma startup especializada em condução autónoma, que a Uber adquiriu passados sete meses por largos milhões de dólares.
Para adensar ainda mais a trama, a Waymo alega que a Uber já estava em conversações com Levandowski ainda antes de ele abandonar a empresa em Janeiro, pelo que tudo se resolveu em tribunal, com a Uber a pagar extrajudicialmente 245 milhões de dólares para compensar a Google. E fazer a queixa desaparecer.
Mas faltava resolver o problema, ou seja, o castigo de Levandowski, apontado como o causador do caso mais grave de disputa empresarial em Silicon Valley. Segundo a Reuters, sobre o antigo engenheiro da Google pendiam 33 acusações de comportamento criminoso, relacionado com o roubo de documentos de 2015/2016, com cada uma delas a implicar uma pena de prisão de 10 anos, caso fosse condenado.
Talvez por isso Levandowski tenha aceitado uma pena de até 30 meses de prisão e uma compensação de 756.000 dólares à Google, comprometendo-se ainda a ajudar na investigação.