O presidente iraniano, Hassan Rohani, admitiu esta quarta-feira incrementar novas “restrições” para combater a propagação da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) que podem vir a ser “difíceis” para a população.

A República Islâmica do Irão é um dos países mais afetados pela pandemia, mas não decretou até ao momento medidas de quarentena ou de confinamento das populações. Esta quarta-feira, numa transmissão televisiva, Rohani não foi específico quanto às medidas, mas anunciou que está em curso a aplicação de medidas “difíceis para as populações”.

Há um grande debate no quadro do Comité Nacional de Combate Contra o Coronavírus que visa o reforço das medidas”, disse o presidente. Rohani considera importante “aumentar as medidas” e que o Ministério da Saúde apresentou um plano que pode vir a ser aprovado ainda esta quarta-feira.

O país que celebra nesta altura o Ano Novo Persa exortou a população a manter-se em casa “tanto quanto possível” numa altura em que, devido às festividades, a mobilidade é frequente.  O chefe de Estado alertou que as novas medidas podem limitar as deslocações e ordenar aos cidadãos o regresso imediato aos locais de origem.

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O ministro da Saúde disse esta quarta-feira que foi ultrapassada a “primeira vaga da doença” mas que é “esperada uma nova vaga” dentro dos próximos dias.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 400 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 18 mil. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.820 mortos em 69.176 casos. A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com mais de 81.200 casos, tendo sido registados 3.281 mortes.

Nas últimas 24 horas a China reportou 47 novos casos, todos com origem no exterior, quando o país começa a retirar as medidas de isolamento impostas em Hubei.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.696 mortos em 39.673 infeções, o Irão, com 1.934 mortes num total de 24.811 casos, a França, com 1.100 mortes (22.300 casos), e os Estados Unidos, com cerca de 600 mortes (mais de 50 mil casos).

O continente africano registou 58 mortes devido ao novo coronavírus, aproximando-se dos 2 mil casos em 45 países e territórios, segundo as estatísticas mais recentes.

Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.