A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse numa entrevista ao El País que o concurso público levado a cabo por Bruxelas para conseguir mais materiais de proteção (entre luvas, óculos de proteção, máscaras cirúrgicas e fatos de proteção) gerou propostas suficientes para encher o stock em 25 estados-membro da União Europeia (UE), incluindo de Portugal.
“Cobrimos todas as necessidades e inclusive conseguimos mais material do que aquele que necessitávamos”, disse a presidente da Comissão Europeia àquele jornal espanhal. “Desta forma, Espanha, tal com outros estados-membro, vai passar a poder aceder a uma quantidade de material que solicitou e que poderá distribuir pelos hospitais.”
Ursula von der Leyen reagiu ainda às críticas generalizadas em Itália, onde nalguns casos chegaram mais depressa apoios enviados pela China do que outros provenientes da UE. “Esta semana falei por telefone com o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, e ele recordou-me que quando a China foi atingida pelo vírus em janeiro a UE enviou imediatamente 56 toneladas de material médico de ajuda. E eles não se esqueceram disso”, sublinhou a presidente da Comissão Europeia. “Por isso, quando de repente tivemos necessidade, eles quiseram retribuir-nos o favor. Devemos estar agradecidos e é desse tipo de solidariedade de que precisamos.”
A presidente da Comissão Europeia enalteceu também a importância do espaço Schengen numa altura em que, após decretarem estado de emergência, vários países retomaram o controlo das suas fronteiras para fazer frente à crise do novo coronavírus.
“Entendo que numa fase inicial os estados-membros reagiram fechando fronteiras para proteger os seus povos. Mas isto causou danos graves ao fluxo de mercadorias e ao funcionamento do mercado único”, disse. E, sublinhando que entretanto “fomos capazes de recuperar a normalidade e quase não há filas nas fronteiras”, Ursula von der Leyen defendeu que “é importante preservar esse mercado único, não só para produzir e distribuir o material de proteção, os aparelhos médicos ou até os produtos quotidianos para os nossos supermercados, que fazem falta, mas também para a nossa riqueza e prosperidade.”