A Iniciativa Liberal considerou esta terça-feira que suspender os aumentos da função pública, com a exceção dos profissionais na linha da frente no combate à pandemia, “é algo que se impõe para assegurar a equidade perante os trabalhadores do privado”.

O Presidente da República promulgou em 19 de março último, já em pleno momento de exceção derivado da Covid-19 em que todos – pessoas, empresas e instituições – somos chamados a fazer sacrifícios, o Decreto-Lei 10-B/2020 que prevê a atualização da base remuneratória e o valor das remunerações-base mensais da Administração Pública”, pode ler-se numa pergunta do deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, a que a agência Lusa teve acesso.

Na perspetiva dos liberais, “a suspensão destes aumentos, sobretudo para os funcionários que estão em teletrabalho ou em suspensão de funções, é algo que se impõe para assegurar a equidade perante os trabalhadores do setor privado”. Assim, João Cotrim Figueiredo questiona se “é vontade do Governo suspender a aplicação destes aumentos”.

Caso entenda avançar com a suspensão destes aumentos, está o Governo disponível para criar uma exceção para os muitos profissionais que permanecem na linha da frente no combate à pandemia Covid-19, desde os profissionais de saúde, às forças de segurança e afins, aos que asseguram a higiene urbana, entre outros?”, pergunta ainda.

Se este aumento apenas para os profissionais referidos não avançar, o deputado da Iniciativa Liberal pretende saber se o executivo, liderado pelo socialista António Costa, “pondera atribuir a estes um suplemento remuneratório pelo esforço imensurável que fazem diariamente, com risco próprio, para salvaguarda de todo”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Num momento de exceção, em que tantos trabalhadores de todos os setores veem as suas remunerações reduzidas e em que a incerteza, não apenas quanto às remunerações, mas até quanto à manutenção dos postos de trabalho, se generaliza, urge saber se o Governo insiste na criação de clivagens entre portugueses”, refere a mesma pergunta.

Numa entrevista divulgada no domingo, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, disse não saber se haverá condições para aplicar os aumentos salariais de 1% na função pública.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 148.500 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 140 mortes, mais 21 do que na véspera (+17,6%), e 6.408 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 446 em relação a domingo (+7,5%).