António Guterres saiu em defesa da Organização Mundial de Saúde (OMS), considerando que “deve ser apoiada” e que é “absolutamente crítica” para combater a pandemia do novo coronavírus. Num comunicado emitido esta quinta-feira, o secretário-geral da ONU lembrou que a OMS, com os seus milhares de trabalhadores, está na linha de frente, apoiando os Estados-membros e as suas sociedades, “especialmente os mais vulneráveis”, com orientação, formação, equipamento e serviços que salvam vidas enquanto lutam contra o vírus”.

Guterres foi testemunha da coragem e determinação dos funcionários da OMS quando, no ano passado, visitou a República Democrática do Congo e teve oportunidade de ver como trabalhvaam sob condições precárias na luta contra o Ébola. “Foi um sucesso notável para a OMS que nenhum novo caso Ébola tenha sido registado em meses”, sublinhou.

Perante um vírus sem precedentes, que “requer uma resposta sem precedentes”, Guterres admitiu a possibilidade de “os mesmos factos” terem “diferentes leituras por diferentes entidades”. “Quando tivermos finalmente virado a página desta epidemia, haverá tempo para olhar para atrás e compreender totalmente como esta doença surgiu e devastou tão rapidamente o globo, e como todos os envolvidos reagiram à crise”, afirmou

Para o secretário-geral da ONU, será importante “aprender a lição” pensando no futuro. Agora, contudo, é “tempo de união” e “para a comunidade internacional trabalhar em conjunto e em solidariedade para travar este vírus e as suas consequências devastadoras”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Diretor-geral da OMS responde a Trump: “Politizar o vírus é brincar com o fogo”

O comunicado de António Guterres surge depois de a OMS ter sido alvo de algumas críticas, nomeadamente da parte de Donald Trump, que acusou a organização de ter apenas os olhos postos na China e de ter reagido demasiado tarde à pandemia, provocando o atual cenário na Europa e Estados Unidos da América. As declarações do Presidente norte-americano levaram também a uma reação do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que declarou que a organização é próxima de todas as nações: “Somos daltónicos”, afirmou.