O presidente da Câmara de Melgaço anunciou esta terça-feira o levantamento do cerco sanitário em Parada do Monte, medida implementada a 25 de março para travar a propagação da Covid-19 que atingiu um total de nove pessoas naquela aldeia.

“O cerco sanitário foi levantado hoje de manhã. Conseguimos todos os objetivos que pretendíamos com esta medida. A população respeitou de forma exemplar as medidas que foram implementadas e as recomendações que foram dadas. Achamos que a freguesia está bem e podemos fazer o levantamento”, afirmou Manoel Batista.

Em declarações à agência Lusa, o autarca socialista adiantou que “o desenvolvimento da Covid-19 em Parada do Monte é positivo”, sendo que “já regressaram a casa quatro das cinco pessoas que foram hospitalizadas”.

“A semana passada foram confirmados mais dois casos, mas são dois casos relacionados e confinados às famílias das pessoas que foram hospitalizadas”, especificou.

O cerco sanitário na aldeia de Parada do Monte, com 370 habitantes, vigorou durante 20 dias, após a confirmação do terceiro caso de infeção pelo novo coronavírus.

Segundo números esta terça-feira revelados por Manoel Batista, no concelho de Melgaço, distrito de Viana do Castelo, há 57 casos confirmados de infeção, sendo que 41 são utentes e funcionários do Lar Pereira de Sousa, pertencente à Santa Casa da Misericórdia, onde se já registaram quatro mortes.

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A falta de funcionários naquele lar, com 55 utentes, levou a Câmara de Melgaço a anunciar, através da sua página oficial na rede social Facebook, a contratação de médicos e enfermeiros.

Não vai ser fácil porque, neste momento, os recursos humanos ligados à saúde estão esgotados e mais ou menos alocados a outras respostas, mas estamos esperançados de que vamos conseguir”, afirmou.

Questionado sobre a reunião, esta terça-feira, da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho para analisar a situação dos lares do distrito de Viana do Castelo, Manoel Batista disse ser “importante encontrar os caminhos mais adequados para resolução um problema complicado“.

“A situação dos lares é mais complicada no Minho e no Norte e será, com certeza, a situação que nos vai trazer mais problemas e mais dificuldades nos próximos tempos. Não me parece que seja uma situação para uma semana. Já é uma situação muito complicada, neste momento, em lares de Viana do Castelo, Melgaço, Monção e Arcos de Valdevez, mas acredito que estes e outros municípios terão ainda outros problemas relacionados com lares. É preciso implementar uma atitude pró-ativa em relação a estas instituições, acompanhando-as mais de perto para as ajudar a lidar com esta situação”, disse.

A reunião da CIM contará com a participação das autoridades locais de saúde, Segurança Social e Proteção Civil.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, foi detetado na China em dezembro de 2019 e já infetou quase 1,9 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais mais de 117.000 morreram. Ainda nesse universo de doentes, cerca de 402.000 estão dados como recuperados.

Em Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, o último balanço da Direção-Geral da Saúde indicava 535 óbitos entre 16.934 infeções confirmadas. Desse universo de doentes, 1.187 estão internados em hospitais, 277 recuperaram e os restantes convalescem em casa ou noutras instituições.