O BE defendeu este domingo o reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para que seja retomada a atividade programada que foi desmarcada durante a pandemia da covid-19, rejeitando que cirurgias e consultas sejam convencionadas com os grupos privados.
Numa declaração publicada nas redes sociais, o deputado do Bloco de Esquerda (BE) Moisés Ferreira afirmou que, durante a crise sanitária, “o país aprendeu que não se pode contar com o setor privado de saúde”.
“Alguns decidiram encerrar portas e, portanto, negar cuidados de saúde, outros disseram que só tratavam doentes se fossem mesmo muito bem pagos para isso”, criticou.
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Moisés Ferreira defendeu que, “agora que a epidemia parece estar controlada do ponto vista sanitário, é preciso retomar muita da atividade programada que foi desmarcada”.
“Há muitas consultas de especialidade para fazer, há muitas cirurgias para retomar e aquilo que nós aprendemos é que deve ser o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a fazer tudo isso”, defendeu.
No entanto, o deputado antecipa que, nos próximos tempos, “existirão muitas pressões por parte dos grupos económicos que operam na área da saúde para que toda esta atividade programada seja convencionada e para que o SNS pague muitos milhões de euros para que os privados possam fazer esta atividade”.
“Aquilo que nós aprendemos é que a saúde não pode ser um negócio, e a saúde não pode estar nas mãos dos privados (…) O futuro em Portugal só pode ser o do reforço do SNS para retomar toda a atividade que foi desmarcada e para garantir que todas as pessoas têm acesso aos cuidados de saúde de que necessitam”, apelou.
O deputado bloquista repudiou ainda as declarações da presidente da Comissão Executiva da Luz Saúde, Isabel Vaz, que criticou a falta de preparação de muitas unidades públicas, em particular nos cuidados intensivos, em declarações ao Expresso.
“Ela e os grupos económicos que ela representa falharam à população e por isso não podem agora vir criticar o Serviço Nacional de Saúde e os seus profissionais que estiveram lá todos os dias, no terreno, a apoiar a população”, acrescenta o deputado.