As conversas ou lives no Facebook, no Instagram ou via Zoom têm ganho cada vez mais peso na comunicação entre atletas e para todos em geral, seja por organização de clubes ou federações, seja por iniciativa dos próprios. Novak Djokovic assumiu esse protagonismo nos últimos dias. E os temas de conversa são dos mais variados.

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Em diálogo com o britânico Andy Murray, o número 1 do ranking mundial confessou que, se não fosse jogador de ténis, poderia ter seguido outra via no desporto como o futebol (“Era mesmo bom”, atirou) ou tentado uma carreira como cientista ou médico. “É difícil estar agora por exemplo em Espanha, perto de Itália, o país que está a ter mais dificuldades neste momento. Seis semanas de confinamento, 24 horas nos sete dias da semana. Como tenista, é mesmo estranho estar no mesmo sítio mais do que um dia, quanto mais cinco ou seis semanas. Não tinha isso há provavelmente 15 anos mas estou feliz por poder estar com os miúdos”, confessou.

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Já com o suíço Stanislas Wawrinka, o live foi mais divertido e aberto, logo a começar com o segredo dado pelo helvético para a sua aparência jovem – “Desculpa, não é vegan mas sim vinho italiano”. Ainda assim, foi também aí que Djokovic partilhou uma ideia que será partilhada com Rafael Nadal ou Roger Federer, os três primeiros do circuito ATP e jogadores com mais Grand Slams no ativo, a propósito de um fundo que possa ajudar os tenistas com maiores problemas nesta fase (já depois de terem feito doações e leiloado objetos pessoais).

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“Estivemos a falar em como podemos contribuir e ajudar aqueles que realmente devem estar a passar dificuldades nesta altura. Queremos tentar acumular entre três e quatro milhões de dólares para os jogadores classificados entre 200 ou 250 e 700. Vamos ver. O objetivo aqui passa por criar um sistema para determinar os jogadores que estão mais necessitados, através dos dados disponibilizados pelo próprio ATP”, acrescentou.

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Agora, numa transmissão em direto no Facebook que juntou atletas sérvios de várias modalidades, o número 1 do mundo abordou uma temática mais complicada a médio prazo e que tem a ver com as medidas que possam vir a ser adotadas pelo ATP, nomeadamente a necessidade de todos os jogadores estarem vacinados.

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“Pessoalmente, sou contra a vacinação e não quero ser forçado por alguém a tomar a uma vacina para poder viajar. Se for obrigatório, o que irá acontecer? Terei que tomar uma decisão. Tenho a minha própria maneira de ver as coisas mas terei que mudar em algum aspeto… Não sei mesmo. No caso de a temporada ser retomada em julho, agosto ou setembro, o que não acredito, percebo que a vacina seja obrigatória para os atletas mas ainda nem há uma vacina. Temos que viajar no ténis e penso que esse será o principal desafio, as viagens poderão ser o principal entrave”, referiu a propósito da Covid-19 e do regresso a breve/médio prazo dos circuitos de ténis.