Portugal tem 22.353 casos confirmados de Covid-19, segundo o Relatório da Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica no país desta quinta-feira, dia 23 de abril. Houve um aumento de 371 novos casos, num acréscimo percentual de 1,7%, menos 1,1% do que na véspera – o segundo menor aumento percentual desde o início da pandemia (apenas atrás do registo de 17 de abril, que teve uma subida de apenas 1%).

Boletim DGS. 58,5% dos novos casos registados abaixo dos 50 anos e apenas 14,4% acima dos 70 anos

Já o número de mortes subiu de 785 para 820, mais 35 (segundo dia com mais vítimas, apenas superado pelas 37 a 3 de abril), com especial incidência no Norte, o que fez subir a taxa de letalidade para 3,67% (3,57% na véspera). O número de casos recuperados, que desde terça-feira ultrapassou o número de óbitos no país, é agora de 1.201, mais 59 (aumento de 5,2%) depois da subida a pique nos últimos dois dias (532).

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“A taxa de letalidade global é de 3,67%, a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 13,3%”, acrescentou António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, na habitual apresentação inicial do Boletim. Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, acrescentou ainda que 327 dos 820 óbitos no país foram registados em lares, “uma população muito idosa, concentrada e doente”, (180 no Norte, 106 no Centro, 39 em Lisboa Vale do Tejo, um no Alentejo e um no Algarve) mas destacou também que “estar num lar não é uma fatalidade”. “A maior parte das pessoas que adoeceram em lares estão recuperadas. Foram transferidas para hospital quando a situação se justificou. A grande maioria das pessoas estão neste momento bem e muitas recuperaram”, explicou.

Nos outros parâmetros, destaque para a estabilização da subida do número de casos suspeitos e de casos não confirmados nos 4,5%, para novo decréscimo no número de casos internados e em Unidades de Cuidados Intensivos, para a passagem de Vila Nova de Gaia para segundo concelho do país com mais casos atrás de Lisboa mas à frente do Porto e para mais seis casos importados, cinco do Reino Unido e um da África do Sul.

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O que tem mesmo de saber sobre o coronavírus em Portugal

A análise do Relatório da Direção Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica em Portugal desta quinta-feira, dia 23 de abril, pode ser feita através de vários pontos distintos, a saber:

Número total de casos, mortes e recuperados

Segundo dia com menos novos casos e mais mortos. Portugal regista 22.353 casos confirmados de Covid-19. Houve um aumento de 371 casos, num acréscimo percentual de 1,7%, menos 1,1% do que na véspera (segunda menor subida percentual desde o início da pandemia, apenas superado pela subida de 1% a 17 de abril). Já o número de mortes subiu de 785 para 820, mais 35 (segundo dia com mais vítimas, apenas superado pelas 37 a 3 de abril), com especial incidência no Norte, o que fez subir a taxa de letalidade para 3,67% (3,57% na véspera). O número de casos recuperados, que desde terça-feira ultrapassou o número de óbitos no país, é agora de 1.201, mais 59 (aumento de 5,2%) depois da subida a pique nos últimos dois dias (532).

Caracterização dos óbitos

Mais duas mortes a registar nos Açores. Mantém-se a incidência nas pessoas acima dos 70 anos (30 das 35 mortes neste Boletim), que representam 87,7% das 820 mortes por Covid-19 no país (551 acima dos 80 anos, 168 entre os 70 e os 79 anos). Das 35 mortes nas últimas 24 horas, 23 registaram-se em pessoas acima dos 80 anos e houve mais cinco entre os 50 e os 70 anos. A nível de regiões, o Norte continua a ser a que conta com mais óbitos, tendo nas últimas 24 horas um total de 21 mortes num total de 475. Registaram-se tal como ontem mais quatro vítimas na região Centro (total de 179) e mais oito na região de Lisboa e Vale do Tejo, num total de 146. Nota ainda para mais duas mortes confirmadas nos Açores nas últimas 24 horas (total de oito).

Caracterização do número de casos por região

62,5% dos novos casos foram na região Norte. O Norte voltou a ser a região com o maior aumento de casos em termos brutos confirmando a tendência das últimas duas semanas, mais do dobro das restantes regiões do país: 232, num acrescento de 1,8% para um total de 13.382. Registaram-se também mais 101 casos em Lisboa e Vale do Tejo (subida de 2%, num total de 5.194) e apenas mais 31 no Centro (aumento de 1%, num total de 3.084). Nas restantes subidas, houve mais cinco casos no Alentejo (mais 2,8%, o maior aumento percentual entre regiões esta quinta-feira, num total de 181 casos) e mais dois no Sul (mais 0,6%, num total de 318 casos). O número de casos mantém-se igual nos Açores (109) e na Madeira (85) em relação ao último Boletim.

Número de países e casos importados

Mais cinco casos importados do Reino Unido. Ao contrário do que se tinha passado nos últimos quatro dias, e depois de uma semana com crescimento mais ténue neste parâmetro (28 novos casos importados entre os dias 13 e 19), o Boletim de hoje apresenta mais seis casos importados de dois países: há mais cinco casos importados do Reino Unido, que passa assim a ter um total registado de 87, e mais um da África do Sul, para um total de dois. Assim, passam a existir em Portugal 741 casos importados de 48 países. Espanha (171), França (130), Reino Unido (87), Emirados Árabes Unidos (46) e Suíça (45) são os cinco países com maior registo de casos importados.

Número de casos por grupo etário

Maior aumento de casos entre os 20 e os 29 anos. A faixa entre os 50 e os 59 anos continua a ser aquela que tem o maior número de casos de Covid-19: mais 49 casos, num total de 3.818, enquanto a faixa entre os 40 e os 49 anos registou mais 44 casos, num total de 3.785. Em relação a ontem, os dois valores com maior flutuação tenderam a decrescer em termos de picos máximos e mínimos: a percentagem de novos casos até aos 50 anos baixou de 58,5% para 49,6%, ao passo que a percentagem de novos casos acima dos 70 anos subiu de 14,4% para 27,5% (mais 38 na faixa entre os 70 e os 79 anos, num total de 1.999, e mais 64 na faixa acima dos 80 anos, num total de 3.414). À semelhança do que já tinha acontecido esta semana mas que não é propriamente habitual, o grupo etário com mais novos casos centrou-se entre os 20 e os 29 anos (mais 72, num total de 2.531).

Número de casos internados e nos cuidados intensivos

Há menos 51 casos internados. Depois de duas variações pontuais na semana passada que contrariam uma tendência que se tem vindo a acentuar nos últimos dias, continua a haver uma estabilização dos valores de casos internados e em UCI, mais uma vez até com decréscimos (um mais acentuado do que outro) em ambos os parâmetros: registam-se menos 51 casos internados nas últimas 24 horas (descida de 4,5%, num total de 1.095) e menos três casos em Unidades de Cuidados Intensivos (descida de 1,4%, num total de 204). De acrescentar que este foi o terceiro dia com maior descida no número de casos internados, apenas superado pelos dias 18 de março (116) e 26 de março (85). Em abril, o maior decréscimo tinha sido a 9 de abril (38).

Número de casos suspeitos, não confirmados, em vigilância e a aguardar resultados

Casos supeitos e não confirmados sobem 4,5%. Depois das subidas sem precedentes no domingo e na segunda-feira, em que houve acréscimos na ordem dos 35 mil casos entre suspeitos e não confirmados, o Boletim de hoje volta a ter alguns valores mais elevados nestes parâmetros gerais mas que estão tendencialmente a estabilizar: o número de casos suspeitos teve um aumento de 4,5% (mais 9.546, num total de 219.848) e o número de casos não confirmados subiu 4,5% (mais 8.346, num total de 193.447). O número de contactos em vigilância pelas autoridades de saúde desceu 1% (menos 304, num total de 30.342) e houve ainda uma subida de 25,8% (depois da descida de 35,7% na véspera) no número de casos a aguardar resultados (mais 829, num total de 4.048).

Caracterização dos casos por género

59,1% dos casos registam-se entre mulheres. Continua a confirmar-se uma tendência de distribuição por género em Portugal mas com uma variação: a percentagem de mulheres infetadas tem vindo a subir de forma ligeira e gradual mas houve nas últimas 24 horas mais um homem infetado (186 para 185). Ainda assim, há mais 4.075 casos positivos entre mulheres (13.214), que representam 59,1% dos 22.353 casos em Portugal (menos 0,2%).

Número de casos por concelho

Vila Nova de Gaia passa a ter mais casos confirmados do que o Porto. Lisboa, que voltou esta semana a ser o concelho com mais casos de Covid-19 no país, reforçou essa “posição” no Boletim da DGS apresentado esta quinta-feira, tendo a maior subida entre todos os concelhos (mais 97 casos, num total de 1.266). Já o Porto apresenta menos três casos do que o Boletim de ontem (total de 1.099), ao passo que Vila Nova de Gaia volta a ter um acréscimo de 95 casos (total de 1.161) e passa a ser o segundo concelho com mais casos registados. Valongo (mais 58 casos, num total de 655), Braga (mais 47 casos, num total de 950), Matosinhos (mais 44 casos, num total de 929) e Gondomar (mais 40 casos, num total de 894) foram os outros concelhos que tiveram uma subida mais acentuada em relação aos dados disponibilizados esta quinta-feira.

Caracterização dos casos confirmados por sintomas

Tosse continua a ser principal sintoma apontado. Os sintomas apresentados esta quinta-feira entre os casos de testes positivos (com informação respeitante a 83% desses casos, mais 1% do que ontem como é referido) sofreram uma ligeira variação negativa em relação aos últimos dias: há uma preponderância maior de tosse (51%, menos 1%) e febre (36%, menos 1%), seguidas de dores musculares (27%) e cefaleia (24%, menos 1%). Fraqueza generalizada (20%) e dificuldades respiratórias (14%, menos 1%) são os sintomas com menor taxa de incidência.