Numa altura em que António Costa prepara o desconfinamento com receios, António Lacerda Sales afirma que não se pode descurar “uma potencial segunda onda”. Na habitual conferência de imprensa desta segunda-feira, o secretário de Estado da Saúde assegurou que é necessário “recuperar a atividade essencial” e, ao mesmo tempo, preparar o país para a eventualidade uma segunda vaga de contágios pelo novo coronavírus.

“Se as coisas começarem a correr mal temos de dar passo atrás”. Costa prepara desconfinamento com receios

Para Sales, o Serviço Nacional de Saúde “está adaptado e a adaptar-se em pista dupla” para responder às situações. Se, por um lado, vai existir um reforço de equipamentos de proteção para os profissionais de saúde, por outro, esta semana são esperadas quase 8 milhões de máscaras cirúrgicas e 4 milhões de respiradores FFP2 e FFP3. Também esta semana está prevista a entrega de luvas, batas, toucas e máscaras provenientes da indústria nacional.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Em conferência de imprensa, a diretora-geral de saúde afirmou, por sua vez, que estão a ser ponderadas entre o ministério da Saúde e o ministério da Educação medidas específicas para alunos e professores que pertencem a grupos de risco, que serão implementadas quando as aulas do ensino secundário recomeçarem.

Há um conjunto de regras que vão ser aplicadas às escolas e às turmas e, depois, vão ser estudadas situações específicas. Uma delas é a questão dos docentes e discentes mais vulneráveis”, afirmou Graça Freitas.

“Não há nenhuma restrição ao número de testes que temos capacidade de fazer”

Desde o dia 1 de março foram realizados 357 mil testes de diagnóstico, 78% dos quais em abril. O norte e o centro do país foram as regiões onde se realizaram mais testes. De 18 a 25 de abril, foi feita uma média de 12,800 testes por dia. A maior parte deles (47,6%) foi processada em laboratórios públicos. Há neste momento 18 laboratórios universitários a processar amostras.

Relativamente aos doentes que ficam em domicílio, a diretora-geral da saúde garantiu que a decisão de fazer apenas um teste foi feita com base nos últimos artigos científicos e com base na opinião de peritos consultados. “Não tem nada que ver com a disponibilidade de testes”, assegurou.

Volto a dizer que quem está em protocolo de fazer os dois testes, poderá continuar a fazê-lo.Vamos acompanhar a evidência para alterar as nossas indicações. Que fique claro que não há nenhuma restrição ao número de testes que temos capacidade de fazer.”

Relativamente aos lares, Graça Freitas disse que a grande prioridade num lar é testar “de imediato” qualquer pessoa com indício ou suspeita de sintomas, quer sejam profissionais, quer sejam residentes. Com o ministério do Trabalho e com a Segurança Social está a ser planeado um rastreio de pessoas assintomáticas, “começando pelos trabalhadores destes lares”. “Obedece a um plano, não é uma emergência em termos de tempo”, afirmou. “Está-se a desenvolver um plano a nível nacional.”