O NOS Primavera Sound vai adiar a sua edição deste ano, a nona da história do festival, para o próximo ano e previsivelmente para junho do próximo ano. A informação foi avançada pelo organizador do festival, José Barreiro, na sequência da resolução recente do Governo em Conselho de Ministros, que proíbe festivais de música em Portugal em todo o verão, até 30 de setembro.

Em declarações à Rádio Observador, o organizador do festival que costuma decorrer anualmente no Parque da Cidade do Porto revelou que a edição deverá realizar-se no “segundo fim-de-semana de junho” de 2021, portanto previsivelmente entre os dias 10 e 12. Quanto ao cartaz, deverá manter a maioria dos nomes anunciados para 2021 e até poderá sair reforçado.

No final de março, a organização do festival portuense, congénere do mais antigo Primavera Sound de Barcelona, já tinha adiado a edição deste ano de junho para setembro. “Desde essa altura em que anunciámos o adiamento que já estávamos a trabalhar com artistas” para tentar perceber se seria possível adiar a atuação, referiu José Barreiro. “Foi muito bem acolhida a ideia. Estamos todos no mesmo barco, 2020 vai ser um ano adiado para a indústria da música”, acrescentou ainda, revelando ter notado grande “recetividade” dos artistas para atuarem em datas distintas das inicialmente previstas.

A ideia é ser em junho do próximo ano, no segundo fim de semana de junho. Muito em breve vamos já anunciar o cartaz do próximo ano. Grande parte dos artistas vai marcar presença em 2021, incluindo cabeças de cartaz, e provavelmente até vamos reforçar o cartaz com nomes que em junho não poderiam estar disponíveis e para o ano poderão estar”.

Assim, “o consumidor”, que é “o público do Primavera”, vai acabar por “sair beneficiado com o cartaz que vamos propor para a nona edição em 2021“, garantiu José Barreiro.

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Quanto à decisão do Governo, o organizador do NOS Priamvera Sound apontou: “É uma decisão que nos deixa muito tristes mas infelizmente já esperávamos. Acolhemos com toda a naturalidade do mundo, em primeiro lugar está a saúde pública e as condições sanitárias dos artistas, do nosso público e da organização, dos trabalhadores que durante quase dois meses montam o festival. Seria uma tarefa muito difícil que o festival pudesse ser organizado este ano”.

Em relação ao vale que não obriga a promotora do festival — como as promotoras de outros espectáculos culturais, de diferentes naturezas  — a devolver o dinheiro dos bilhetes e passes, José Barreiro referiu: “Estamos à espera, ainda não sabemos qual é o enquadramento que o Governo vai dar ao vale ou voucher. Mas a medida foi proposta numa reunião com o primeiro-ministro e com o ministro da Economia, como forma de ajudar as empresas do setor a sobreviver. Permite que os direitos dos espectadores fiquem garantidos e não origina uma situação caótica para os promotores”.

Primavera Sound. “Muito em breve vamos anunciar o cartaz do próximo ano”

Como lembrou o organizador do NOS Primavera Sound, “numa organização de um festival já temos muito dinheiro adiantado a artistas. A tesourarias das empresas iria ressentir-se muito [sem o vale e com reembolso de bilhetes e passes]. Passaríamos por grandes dificuldades, todos os promotores”.