Mark Zuckerberg, fundador e presidente executivo do Facebook, anunciou esta quinta-feira novidades para apoiar o trabalho remoto. A empresa não só vai incentivar que a maioria dos funcionários passe a trabalhar remotamente, como também lançou o “Oculus for Business”, uma ferramenta de realidade virtual para empresas.

Como avançou a Bloomberg nesta quarta-feira, a rede social, vai limitar a capacidade nos escritórios da empresa e vai exigir medidas extra para controlo da propagação da Covid-19. O regresso aos escritórios da empresa vai acontecer a 6 de julho, mas só para quem quiser.

Estas medidas vão passar pela exigência de uso de máscaras nos escritórios e controlo da temperatura. Contudo, nesta quinta-feira, num vídeo na rede social, Mark Zuckerberg anunciou que quer que a sua empresa esteja na vanguarda de um ambiente de trabalho com base remota.

O líder da rede social estima que, “em 10 anos, 50% dos trabalhadores [da empresa] podem trabalhar remotamente”. “Não é um objetivo”, mas é uma perspetiva, explicou enquanto anunciou a nova aposta em realidade virtual e noutras ferramentas de trabalho remoto para a plataforma Workplace, o produto do Facebook para organizações que concorre com o Microsoft Teams e o Slack.

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O Facebook, além de deter a rede social com o mesmo nome, detém outras plataformas com o Instagram e WhatsApp. Nesta curta explicação costuma ficar de fora outra das empresas que Mark Zuckerberg detém: a Oculus. Esta marca — que foi adquirida pelo Facebook em 2014 por cerca de 1,6 mil milhões de euros — tem estado na vanguarda da tecnologia de realidade virtual, tendo no mercado óculos com o mesmo nome, como os Oculus Rift ou os Oculus Quest. Agora, o objetivo é levá-la para o Workplace para melhorar a forma como trabalhamos remotamente.

[O vídeo no qual Mark Zuckerberg anuncia as novidades para o Workplace]

Live from our internal weekly company townhall sharing an update on our approach to remote work.

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Posted by Mark Zuckerberg on Thursday, May 21, 2020

A realidade virtual não é só um cenário do futuro. Como explica o Facebook: “Os vendedores da Nestlé estão a utilizar a realidade virtual para visualizar os expositores de retalho e reunir equipas de vendas e, ao mesmo tempo, reduzir as viagens”. Além disso, “o Instituto Johnson and Johnson está a formar cirurgiões com o Oculus e a melhorar os resultados dos pacientes”. Não chega? “Os funcionários da Hilton [cadeia de hotéis] estão a utilizar simulações interativas para conseguir uma compreensão mais profunda das complexidades das operações hoteleiras”. Em suma, o Facebook acredita muito que o futuro vai passar por estarmos uns com os outros em realidade virtual.

As plataformas e os dispositivos que antecederam a mudança atual, incluindo o Workplace, o Portal e o Oculus, imaginavam uma época em que as oportunidades económicas deixariam de depender da geografia, uma época em que o que se faz seria mais importante do que o local onde se está. Essa época começa agora”, diz o Facebook.

Contudo, Zuckerberg não ficou só por aqui quanto às novas ferramentas que anunciou para o trabalho remoto. Por causa disso, lembrou que o Facebook apostou no Workplace Rooms, um concorrente de serviços como o Zoom, que permite fazer gratuitamente videochamadas até 50 pessoas . Agora, divulga ainda que há novas ferramentas para transmissões em direto no Workplace e mecanismos como “grupos de trabalho” que podem ser geridos nessa plataforma.

Facebook quer um portal com câmara em todas as casas

Estas notícias continuam a parecer saídas de um futuro de ficção científica com todas as pessoas fisicamente longe uma das outras qual Matrix, mas há mais. Mark Zuckerberg anunciou também que continua a investir no “Portal”, um ecrã inteligente com câmara para videochamadas vendido pela empresa, e há novas especificações. A partir desta quinta-feira, o Workplace vai também funcionar com este dispositivo (antes não estava direcionado para uso profissional).

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No início de maio, o Facebook tinha anunciado que ia adiar o regresso ao trabalho dos trabalhadores para 2021. Outras empresas tecnológicas, como a Google ou o Twitter, têm optado pela mesma decisão devido à pandemia. Mesmo assim, estas empresas têm afirmados que estão a trabalhar em soluções para os trabalhadores que não possam trabalhar remotamente.