A versão 13.5 do sistema operativo móvel da Apple, o iOS, traz mudanças devido à pandemia. Como avançou o The Verge, este novo software introduz mudanças para poder desbloquear rapidamente o smartphone mesmo que esteja com uma máscara e, por causa disso, o reconhecimento facial não funcionar.
Se tiver um iPhone e já tiver atualizado para este software pode desbloquear rapidamente o smartphone deslizando o dedo do fundo do ecrã para cima — para surgirem os botões numéricos. Antes, nos modelos que têm reconhecimento facial, estes números só apareciam depois de alguns segundos e após este mecanismo falhar. Esta foi a maneira que a Apple encontrou para facilitar o acesso ao iPhone, evitando que o utilizador mexa na máscara para desbloquear o telefone.
A tecnologia utilizada pela Apple para reconhecimento facial chama-se Face ID. Este mecanismo foi introduzido com o lançamento do iPhone X, em 2017, e está presente, além deste smartphone, nos seguintes modelos: 11 Pro Max, 11 Pro, 11, XS Max , XS, XR. Além disso, o Face ID também tem sido implementado nas versões mais recentes dos iPad, os Pro.
O Face ID foi tecnologia que a Apple implementou nos iPhone quando apresentou os modelos com ecrã de canto a canto e sem um botão físico para o menu principal. Ao contrário de outras marcas, a empresa tem optado por, além do desbloqueio numérico, apenas adicionar um mecanismo extra para proteger o acesso ao telefone. O novo iPhone SE, por exemplo, por ter um ecrã com o antigo design tradicional dos equipamento da Apple (sem se com um ecrã completo), voltou a ter o desbloqueio por impressão digital no botão principal, não tendo Face ID.
O problema do reconhecimento facial e das máscaras
Como diz o nome da tecnologia utilizada pela Apple, o Face ID (face significa cara, em inglês) identifica o utilizador do smartphone reconhecendo a face deste. Ao contrário de outras tecnologias utilizadas antes do iPhone X, como o reconhecimento pela íris, que o Samsung S8 tinha, por exemplo, esta tecnologia de identificação da face tem sido a mais utilizada pelos fabricantes de telemóveis.
Este mecanismo permite aos fabricantes utilizarem a câmara frontal dos aparelhos juntamente com outros sensores para, com uma grande eficácia e segurança, poderem oferecer um mecanismo fácil para proteger os smartphones. É por isso que, nos últimos anos, as marcas de smartphones têm optado pela tecnologia de reconhecimento facial (a de íris, por exemplo, tinha críticas). Contudo, com uma cara tapada por uma máscara há sempre problemas.
Há empresas que afirmam que, mesmo com uma máscara, a inteligência artificial utilizada para a tecnologia de reconhecimento facial é eficiente. Contudo, basta utilizar até os mais evoluídos equipamentos no mercado para se saber que nunca funciona a 100%. A título de exemplo, mesmo o Huawei P20 Pro de 2018, que foi o melhor smartphone que experimentámos com essa característica, inevitavelmente falhava.
Como explica o Cnet, “não é claro o quão precisas são estas declarações sobre o reconhecimento facial que ignoram as máscaras. E vai demorar um pouco até termos respostas definitivas“. Por agora, tem sido um mote de marketing para ressalvar que esta especificação nos smartphones continua a ser eficiente.
A Apple, contudo, tem uma maior dificuldade do que a maioria dos fabricantes. Enquanto empresas como a Samsung, a Huawei ou a Xiaomi, têm optado por ter sensores de impressão digital embutidos nos ecrãs ao mesmo tempo que mantém o reconhecimento facial, a empresa norte-americana não o tem feito. No final do dia, o mais seguro continua a ser o que todos os telemóveis mantêm desde o início: ter um código numérico fácil de decorar, mas seguro, para quando precisa de desbloquear o smartphone.