O setor dos serviços na China recuperou fortemente em maio, crescendo pela primeira vez este ano, à medida que as medidas de prevenção epidémica foram levantadas, segundo uma pesquisa difundida esta quarta-feira. Os números de maio são os mais altos desde outubro de 2010.
O Índice de atividade dos gerentes de compras nos serviços (PMI) realizado pela revista Caixin subiu para os 55 pontos, em maio, depois de se ter fixado nos 44 pontos, em abril.
Uma leitura acima dos 50 pontos indica crescimento da atividade do setor, enquanto uma leitura abaixo indica contração.
A recuperação do setor de serviços da China, um importante gerador de empregos e que representou cerca de 60% da economia chinesa no ano passado, foi impulsionada por um forte aumento na criação de novos negócios, que se fixou no nível mais alto em quase 10 anos.
A procura externa, no entanto, permaneceu moderada, à medida que a pandemia do novo coronavírus atingiu os mercados de exportação da China, com o subíndice dos pedidos de exportação em queda pelo quarto mês consecutivo. O emprego continuou a contrair no país, embora a um ritmo mais lento.
A recuperação no setor dos serviços acelerou à medida que as políticas de prevenção epidémica foram relaxadas. A contração no setor manufatureiro também diminuiu, impulsionada pela procura interna”, disse Dan Wang, analista da Economist Intelligence Unit.
A mesma fonte estimou que a taxa de desemprego na China atinja os 18% no segundo trimestre.
O PMI composto Caixin / Markit, que combina leituras para o setor manufatureiro e dos serviços, passou de 47,6, em abril, para 54,5, em maio, a leitura mais forte desde janeiro de 2011.
“O nível de emprego no setor dos serviços permaneceu preocupante”, disse, no entanto, Wang Zhe, economista da unidade de pesquisa Caixin Insight Group.
A maioria das empresas da pesquisa expressou cautela sobre o aumento de contratações, citando preocupações com o corte de custos e aumento da eficiência”, vincou.
A proteção de empregos é a principal prioridade de Pequim, depois de ter abandonado a meta de crescimento económico este ano, pela primeira vez desde 2002.
A economia da China contraiu 6,8%, no primeiro trimestre de 2020, devido à epidemia da Covid-19, que levou ao encerramento de fábricas e estabelecimentos comerciais e restrições na movimentação de centenas de milhões de pessoas.
Pequim anunciou várias medidas de estímulo para revitalizar a economia, incluindo a emissão de títulos especiais do tesouro, taxas mais baixas para empréstimos, isenções de impostos e um aumento do défice fiscal para 3,6% do Produto Interno Bruto.