Nove jogos, uma vitória. Nas últimas nove partidas para todas as competições — Primeira Liga, Taça de Portugal e Liga Europa –, com uma paragem de mais de dois meses pelo meio, o Benfica ganhou apenas uma vez. Em nove jogos, o Benfica só ganhou ao Gil Vicente, no final de fevereiro, e somou três derrotas e cinco empates. Esta quinta-feira, enquanto beneficiava de uma oportunidade enorme para saltar para a liderança isolada da classificação, depois da derrota do FC Porto em Famalicão, o Benfica voltou a não conseguir ganhar — e empatou sem golos em casa pela primeira vez em cinco anos.

Um teste de anatomia com o coração dos adeptos mas sem a cabeça de Pizzi (a crónica do Benfica-Tondela)

Na flash interview, Bruno Lage reconheceu que a equipa fez um “jogo razoável”, que sabe “fazer melhor” e que uma exibição como a desta primeira jornada da retoma da Liga não é suficiente para as aspirações dos encarnados. “Fomos criando algumas oportunidades, fomos a melhor equipa em campo, criámos mais oportunidades, mas fizemos um jogo satisfatório e isso não chega. A partir de determinada altura o jogo foi ficando lento, faltou-nos calor e circulação, arrastar marcações, jogadores a tirar adversários do caminho. Estivemos quase sempre no campo adversário. É pena de não termos aproveitado esta oportunidade para recomeçarmos bem e saltarmos para a frente do Campeonato”, disse o treinador, que acrescentou que a ausência dos adeptos foi outro “elemento que faltou”.

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Mais tarde, na conferência de imprensa — meia-hora mais tarde, num longo atraso que poderá ser justificado pela conversa com os jogadores no balneário –, Lage garantiu que o Benfica vai continuar a procurar as vitórias sem pensar no que faz o FC Porto. “Faltam nove jogos para o final do Campeonato, temos de fazer o nosso trabalho e não nos preocuparmos com o nosso adversário. Quando empatámos com o V. Setúbal, o FC Porto também teve oportunidade e não aproveitou. Por isso, temos de fazer o nosso trabalho. Não tínhamos margem, mas neste momento temos de vencer o próximo jogo”, explicou o técnico encarnado, que deixou ainda uma certeza.

“Quando sentir que não sou solução e que a qualidade de trabalho não é a mesma, não se preocupem. Está aqui uma pessoa empenhada e dedicada, mas quando sentir que a evolução não é a pretendida, não há qualquer problema”, sublinhou Bruno Lage, garantindo que colocará o lugar à disposição caso acredite que já não é o melhor para o Benfica, algo que já tinha adiantado no passado.