A escola bilingue anglo-portuguesa em Londres (APSoL) mantém a abertura planeada para 7 de setembro, apesar da incerteza criada pela pandemia de covid-19, disse à Lusa a diretora, Marta Correia.
“Como a escola vai abrir em setembro, não afeta as crianças neste momento. Depois a escola pedirá conselhos do Ministério de Educação para tomar medidas, como outras escolas estão a tomar neste momento. Vamos manter-nos atualizados e depois planearemos a estrutura do dia com os conselhos que nos forem dados”, afirmou a responsável à agência Lusa.
Desde o início de junho que o Governo britânico autorizou a reabertura parcial das escolas primárias para as crianças dos primeiros anos, entre os 5 e 7 anos e para os do último ano do ensino primário (10 a 11 anos) com medidas de distanciamento social, mas muitas escolas preferiram não abrir.
Uma vantagem é o facto de a escola arrancar apenas com capacidade até 60 alunos do primeiro ano do ensino primário (‘Reception’), podendo as crianças de 5 anos ser distribuídas por vários grupos e pelas restantes salas de aula disponíveis no edifício.
“Tomámos a decisão porque, no passado, outras escolas abriram com mais anos e tiveram dificuldades com o planeamento e currículo. Desta forma podemos dar mais tempo e atenção à ‘Reception’ e depois eventualmente ao primeiro ano até chegar ao sexto. Vamos crescendo todos os anos”, explicou a responsável.
O Acordo de Financiamento com o Estado britânico foi assinado recentemente, garantindo fundos para o funcionamento, incluindo o recrutamento de funcionários, e o investimento em tecnologia, como quadros interativos, computadores e tablets.
“Quadros interativos contribuem para a qualidade de ensino na classe, mas também dá oportunidades a crianças para aprenderem a escrever em teclado bilingue e para comunicar com crianças de países lusófonos com que vamos ter parcerias. A tecnologia é muito importante”, vincou.
A escola fica em Wandsworth, no sul de Londres, num edifício que pertencia a uma instituição de ensino técnico e profissional, o South Thames College, e beneficia de espaços já existentes para atividades didáticas, como um anfiteatro, um estúdio de dança e um ginásio.
O ensino vai ser bilingue, em inglês e português, mas o currículo pedagógico é o oficial britânico, pois a escola está inserida no sistema público britânico enquanto free school, uma escola independente suportada pelo Estado britânico mas com autonomia na gestão.
Diretora desde abril, Marta Correia dirigiu antes uma escola bilingue anglo-alemã e conhece os desafios deste tipo de projetos. “Quando as escolas bilingues abrem, no primeiro ano tem mais crianças que já falam a língua porque os pais já estavam a acompanhar o projeto e tinham interesse que a escola destas abrisse”, disse.
Porém, acredita que, “quando mais a escola for divulgada na comunidade, pais de outras nacionalidades vão poder ver que não é só por causa da língua que escola está a correr bem, é através do currículo e das atividades”. Quando a escola estiver a funcionar em pleno, vai abranger 420 alunos dos 4 aos 11 anos.