Cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) – e algumas freguesias em particular – concentram cerca de 90% dos novos casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, nas 24 horas anteriores até à meia-noite desta quarta-feira.

Este é um dos destaques do boletim diário divulgado pela Direção-Geral de Saúde (DGS), um boletim que dá conta de mais cinco mortos e um novo aumento do número de pessoas internadas – embora tenha disparado para mais de 400 o número de novas recuperações de doentes registadas nas últimas 24 horas.

Quatro dos cinco óbitos surgiram na área de Lisboa e Vale do Tejo

Quatro das cinco mortes comunicadas pelo boletim diário verificaram-se na área de Lisboa e Vale do Tejo – a outra surgiu na zona centro. O número de mortos ascendeu a 1.497, esta quarta-feira, com 412 mortes na zona de Lisboa e 809 mortes no norte, até ao momento.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Foram, sobretudo, pessoas com mais de 80 anos que não resistiram à infeção, nas últimas 24 horas. Quatro estavam nessa faixa etária, com a outra morte relacionada com uma pessoa que estava na casa dos 70 anos.

Cerca de 7,1% de novos casos estão acima dos 70 anos e 71,8% tinham menos de 50 anos, tendo subido para 850 o número total de crianças infetadas com o novo coronavírus (até 9 anos de idade).

O boletim destaca, também, 403 novos “recuperados”, para um total que já ascende a 21.742 pessoas que tiveram a doença mas foram consideradas curadas pelas autoridades de saúde. Houve mais recuperados do que novos casos pela primeira vez esta semana.

Aguardam resultado de análise laboratorial, segundo o boletim, 1.724 pessoas, mais 106 do que na véspera.

Cinco concelhos lisboetas concentram 90% dos novos casos

Houve 294 novos casos de infeção nas 24 horas até à meia-noite desta quarta-feira, menos do que as 421 da véspera. E, em linha com a tendência que se tem verificado nas últimas semanas, em pleno “esforço de testagem agressiva” naquela região, mais de 90% dos novos casos pertencem à zona de Lisboa e Vale do Tejo.

Sintra teve 53 novos casos, Lisboa 51, Loures 43 e Amadora 37, de acordo com os dados indicativos da tabela divulgada pela DGS.

Lisboa, Sintra, Odivelas, Loures e Amadora são os cinco concelhos que concentram o maior número de casos. E na conferência de imprensa de apresentação destes números, a ministra da Saúde, Marta Temido, foi ainda mais longe indicando que o concelho da Amadora é dos que mais preocupam porque se verificou um rácio de 99,6 pessoas infetadas por 100 mil habitantes, o que contrasta com as 37 de Lisboa (concelho), por exemplo.

As autoridades foram ao ponto de enumerar algumas freguesias onde a propagação parece estar a ser mais intensa: Arroios, em Lisboa, mas também as zonas de Queluz, Belas, Águas Livres, Agualva, Mira Sintra, Santo António e, na Amadora, Encosta do Sol e Mina de Água.

A ministra indicou que há vários casos positivos, mesmo que assintomáticos, que foram detetados no esforço de testagem mas que ainda não constam do boletim, prevendo-se que isso aconteça nos próximos dias.

No resto do país, houve mais 21 casos no norte (16.988 até ao momento), dois no Algarve (391) e um no Alentejo (274). Nas outras zonas (centro, Madeira e Açores) não houve registo de novas infeções.

Internamentos hospitalares voltam a superar os 400

Desde 6 e 7 de abril que o número de internamentos e de doentes em cuidados intensivos não subiam em dois dias consecutivos. Havia, há meia-noite desta quarta-feira, 417 doentes internados (398 na véspera) e 70 pessoas em cuidados intensivos, mais cinco do que no dia anterior.

Desde segunda-feira existem mais 51 doentes internados e mais 15 em cuidados intensivos.

Os números mais elevados nesta rubrica registaram-se em meados de abril, com mais de 1.300 pessoas internadas e 271 pessoas em cuidados intensivos.

Quase metade dos doentes sentem tosse e 29% têm febre

Tosse e febre continuam a ser os principais sintomas. Os sintomas apresentados entre os casos de testes positivos (com informação respeitante a 91% desses casos) mantêm-se praticamente inalterados em relação aos últimos dias, com maior preponderância de tosse (39%) e febre (29%), seguidas de dores musculares (21%) e cefaleias (20%).

Fraqueza generalizada (15%) e dificuldades respiratórias (11%) são os sintomas com menor taxa de incidência.