O Facebook, que também detém o Instagram, anunciou que os utilizadores nos Estados Unidos da América vão poder optar por não ver anúncios políticos nestas redes sociais a partir desta quarta-feira “e próximas semanas”. A novidades faz parte de medidas das plataformas a antecipar as eleições presidenciais nos EUA, a 3 de novembro, e incluem um objetivo ambicioso: ajudar a registar quatro milhões de novos eleitores no país.
Em comunicado, a empresa fundada e liderada por Mark Zuckerberg afirma que a opção de cancelar toda a propaganda nas apps do utilizador — Messenger, Instagram e Facebook — surgiu após “as pessoas nos terem dito que queriam ver menos anúncios políticos”. Já esta quarta-feira, num artigo de opinião no USAToday, Zuckerberg foi mais longe na explicação e disse que a medida muda para o utilizador a decisão sobre se quer ou não ter anúncios políticos, não sendo esta responsabilidade da rede social.
Além deste novo mecanismo para os utilizadores do Instagram e do Facebook, a empresa divulgou que criou o “Voting Information Center” [Centro de Informação sobre o Voto, em português]. Esta plataforma para as redes sociais tem como objetivo dar informação sobre as eleições aos utilizadores norte-americanos do Instagram e do Facebook e incentivá-los a registarem-se nos locais certos para poderem votar em novembro.
Como explica o Facebook, o Voting Information Center vai ter: “Mensagens de autoridades eleitorais locais verificadas com anúncios e alterações no processo de votação”; “Orientação sobre registo e quem é elegível para votar”; “informações sobre como solicitar um boletim de ausente (votação por correio), orientação para eleitores militares e estrangeiros e datas e locais de votação para votação antecipada”. Além disso, esta plataforma vai ter “informações e links para ajudar as pessoas a planear o voto no dia da eleição, “incluindo quando votar, onde votar e se há requisitos de identificação”.
Desde a polémica da Cambridge Analytica, uma empresa de análise de dados que utilizou indevidamente a informação de 87 milhões de perfis do Facebook para influenciar as eleições presidenciais de 2016, que Zuckerberg tem tentado recuperar a confiança política dos utilizadores.
Zuckerberg critica Twitter por fazer fact check a frase de Trump
Recentemente, o líder do Facebook foi outra vez alvo de críticas ao tomar uma posição sobre qual deve ser o papel das redes sociais na política. Depois de Jack Dorsey, o criador e fundador do Twitter, ter posto um fact-check numa publicação de Donald Trump, presidente dos EUA, Zuckerberg afirmou que estas empresas e os seus executivos “não devem ser árbitros de tudo o que se diz online”.