À medida que uma nova vaga de infeções pela Covid-19 se alastra em Pequim, e depois de decretado o segundo nível de emergência na terça-feira, as autoridades reforçam as medidas de controlo e prevenção, principalmente nos quarteirões junto ao mercado de Xinfadu.

Pelo menos 137 pessoas foram contaminadas na semana passada em Pequim após um surto que terá sido detetado no mercado de Xinfadu, principal fornecedor de frutas e legumes da capital, nas bancas que vendiam salmão importado. Pequim prepara-se, assim, para uma segunda vaga do novo coronavírus, que obriga as autoridades da capital chinesa a tomar medidas mais restritivas.

A partir desta quarta-feira, todos os mercados, restaurantes e campos universitários de Pequim serão desinfetados e todos os trabalhadores e gerentes serão testados à Covid-19, anunciaram as autoridades de saúde municipais, citadas pelo jornal El Mundo. Só na terça-feira, foram desinfetados 276 mercados de produtos agrícolas e encerrados 11 mercados subterrâneos e semisubterrâneos, além de 33.173 serviços de entrega de alimentos em casa.

Face ao surgimento de pessoas infetadas relacionadas com o mercado nas províncias de Sichuan, Liaoning e Hebei, e para impedir que o vírus se espalhe noutras cidades, foram adotavas novas medidas de segurança e controlo de entradas, como a instalação de cercas metálicas de dois metros de altura para impedir o acesso a 29 comunidades chinesas que estão agora em quarentena.

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Na terça-feira, muitas escolas e instalações desportivas de Pequim foram encerradas ao público e foram suspensas todas as aulas presenciais no ensino básico, médio e superior. As autoridades recomendam aos residentes que trabalhem a partir de casa. Bibliotecas, museus e parques permanecem abertos, mas por tempo limitado e com capacidade não superior a 30% do limite. Casos suspeitos ou confirmados estão proibidos de deixar a cidade.

Ao decretar o segundo nível de emergência, os comités de bairro vão voltar a verificar a identidade e o estado de saúde dos residentes e a medir a temperatura à entrada. Os voos para outras províncias chinesas também foram suspensos e várias cidades estabeleceram quarentena obrigatória para todos os viajantes oriundos de Pequim.

As autoridades chinesas temem que este novo surto seja mais contagioso do que o que atingiu Wuhan há seis meses e acreditam não foi provocado pelo novo coronavírus que surgiu naquela cidade chinesa, mas sim por uma mutação vinda da Europa, revela o jornal espanhol ABC.

Yan Peng, um epidemiologista citado pelo mesmo jornal, revelou que, segundo pesquisas preliminares ao vírus que assola Pequim, “a sequência do genoma mostra que foi importado da Europa”.