O presidente do secretariado regional das Misericórdias do Algarve disse esta quinta-feira à Lusa que foram suspensas as visitas aos utentes em 24 equipamentos sociais devido ao surto de Covid-19 originado por uma festa ilegal em Lagos.

“Face ao surto que surgiu em Lagos decidimos suspender as visitas nos equipamentos sociais das Misericórdias em todo o barlavento [oeste] algarvio, para salvaguardar os milhares de utentes e os cerca de 1.500 funcionários”, avançou Armindo Vicente.

O presidente do secretariado regional, estrutura que integra 23 misericórdias em todo o Algarve, especificou que a suspensão das visitas abrange 12 Misericórdias do barlavento, num total de 24 estruturas sociais, entre lares de idosos, unidades de cuidados continuados, lares de jovens e de saúde mental.

As medidas de contingência abrangem as Misericórdias de Aljezur, Vila do Bispo, Portimão, Monchique, Lagos, Alvor (Portimão), Estombar (Lagoa), Silves, Alcantarilha e Armação de Pêra (Silves) e Albufeira.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo Armindo Vicente, a suspensão das visitas nos equipamentos sociais insere-se no Plano de Contingência para a Covid-19 “e está a ser concertada com as entidades de saúde, nomeadamente com a Administração Regional de Saúde (ARS) e com a delegada de saúde regional”.

O também provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila do Bispo avançou à Lusa a decisão foi tomada após recomendação das entidades de saúde, “devido ao aumento de casos confirmados” e que tiveram como origem os participantes numa festa ilegal realizada no salão de festas do clube desportivo de Odiáxere.

Não temos para já referenciados quaisquer contactos diretos de utentes residenciais com pessoas que estiveram na festa, mas há funcionários com ligações de proximidade [vizinhos] a essas pessoas, sendo a medida preventiva para proteger as pessoas mais vulneráveis”, sublinhou.

Em comunicado, a Câmara de Lagos avançou que o foco de contágio por Covid-19 recentemente identificado em Lagos, com origem atribuída a uma festa de caráter ilegal ocorrida em 7 de junho, desencadeou “várias diligências (…) visando circunscrever e controlar o mais depressa possível o surto epidémico”.

Segundo a autarquia, está a decorrer “uma testagem massiva de pessoas com ligação direta ao evento”, como uma das medidas para controlar o foco, designadamente contactos no seio familiar e no contexto laboral”.

A autarquia acrescentou que estão também a decorrer ações intensivas de colheitas aos trabalhadores municipais, “existindo indícios de possíveis contactos com infetados”.

De acordo com os dados divulgados na quarta-feira pela ARS/Algarve, estão já confirmados 37 casos positivos com origem no foco em Lagos, distribuídos por vários concelhos do distrito de Faro.