O presidente do PSD, Rui Rio, aplaudiu esta segunda-feira em Valongo a iniciativa do Governo de retirar o amianto das escolas, mas reforça a importância de que o seu depósito em aterro só pode acontecer se forem garantidas todas as condições de segurança.

Rui Rio falava no final da visita ao aterro da Recivalongo, em Sobrado, que desde 2019 enfrenta uma forte oposição por parte da população e Câmara Municipal, que acusam a gestão da empresa de aterros de “crime ambiental”, provocando “um cheiro nauseabundo” no ar e, através do “derrame dos lixiviados poluir a água e terrenos da freguesia” do concelho de Valongo.

Recebido nas imediações do aterro por cerca de 50 pessoas, entre elas responsáveis da associação ambientalista Jornada Principal que, a par com a câmara, tem assumido a denúncia das condições em que o aterro labora, com ênfase na deposição de amianto, em condições que “violam a lei”, conforme explicou Diogo Pastor.

Depois de ouvir os manifestantes, vestidos com t-shirts negras onde se lia “Não ao aterro”, a mesma mensagem que figurava numa tarja da largura da estrada de acesso ao aterro, Rui Rio conversou com a comunicação social, manifestando preocupação com a questão do amianto.

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Afirmando que o projeto do Governo de retirada do amianto das escolas é merecedor de “aplauso”, Rui Rio acrescentou que a questão levanta outro problema, “que é onde colocá-lo”.

Em relação ao depósito do amianto retirado das escolas, Rui Rio enfatiza: “Aquilo que vimos é que, seguramente, grande parte dele vai ser colocado aqui. Portanto, retira de outros pontos do país e vem colocá-lo aqui sem condições. Aquilo que devemos exigir é que esse amianto seja retirado, mas depois colocado em condições, que sejam criadas as condições para que o possa receber com completa segurança”.

E acrescentou: “vamos na Assembleia da República continuar a pressionar, a alertar para este aspeto e, neste quadro da retirada do amianto, a assembleia pode acompanhar mais de perto a forma como vai ser retirado, onde vai ser depositado e como vai ser depositado”.

Rui Rio mencionou também, o depósito de “resíduos biodegradáveis, sem condições, que levam à acumulação de muita bicharada mais pequena, mas também alguma maior, como possam ser ratos, gaivotas, etc”, outro dos fatores que mais preocupa a população de Sobrado.

“Aberto em 2007 para receber e tratar resíduos industriais, nunca para ser um aterro”, denunciou o porta-voz da associação, Diogo Pastor, o aterro tem hoje “mais de 400 licenças de depósito de resíduos”, além de o licenciamento então atribuído pela câmara de Valongo “violar o Plano Diretor Municipal”, razão pela qual, como a Lusa avançou a 25 de junho, a associação vai avançar em julho com uma ação popular em tribunal para encerrar o aterro.